quarta-feira, 17 de novembro de 2021

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Pesquisa de Bandas

 Saudade emoldurada de coretos, onde o encanto da multidão é o alimento. Não importa o tamanho da população; cidade, povoado ou vila, têm orgulho dessa tradição. As Bandas são parte do DNA de Minas Gerais. Tenho orgulho de mostrar a história de algumas, sendo que escrevi minha vida nelas.

Surgiu então, a idéia da publicação de verbetes, das bandas e orquestras da região, através do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, na pessoa de seu atual Presidente Paulo Roberto Souza Lima. Ressalvo porém, que nem todas as bandas ou orquestras estarão presentes nos verbetes, por não ter tido acesso aos dados. Algumas bandas, possuem orquestra, contudo nem todas. Outrossim, não existe relatos que me fossem passados sobre a existência dessas orquestras.

As bandas e orquestras foram criadas, na sua maioria com a finalidade de atender em festas cíveis e religiosas, algumas cinqüentenárias, centenários e outras até bicentenárias.

Minha vivência se deu dentro da centenária Lira Nossa Senhora das Dores de Dores de Campos, fundada no século XIX em 1875, onde aos cinco anos de idade já acompanhava meu saudoso pai Sebastião Goulart (Noquinha), com seu sax-horn, fazia parte dessa gloriosa banda. Descrevo isso de forma mais detalhada em meu trabalho de Conclusão de Curso na UFSJ, disponível em: <HTTPS://carlosmusicaeeu.blogspot.com>

Trabalhos que me trouxeram grande prazer, porque realizaram meu sonho de contar de uma forma mais próxima, como é nascer para a música.

Auguro que sintam o mesmo prazer conhecendo a história musical da região.

Boa viagem.

PESQUISA SOBRE BANDAS DE MÚSICA INSTITUTO HISTÓRICO GEOGRÁFICO DE SÃO JOÃO DEL REI


BANDAS E ORQUESTRAS SACRA

LIRA NOSSA SENHORA DAS DORES - DORES DE CAMPOS MG


                LIRA NOSSA SENHORA DAS DORES - DORES DE CAMPOS MG

A Banda de Música Lira Nossa Senhora das Dores, situada à Rua Dr. Silvio Tranqueira nr. 59 centro no antigo Arraial do Patusca, cidade de Dores de Campos MG, fundada em 1875, século XIX, por Agostinho Silva, tem como finalidade abrilhantar festas religiosas, aniversários, casamentos e festas cívicas daquela cidade e região, tendo como regente José Tarcísio.


                                             LIRA CECILIANA - PRADOS MG

A Banda de Música Lira Ceciliana situada à Rua Capitão Manoel Dias de Andrade 143 na cidade de Prados MG, fundada em 1858 do século XIX por José Estevão Marques da Costa, que fundou também a Orquestra,Lira Ceciliana de Prados, cuja finalidade de fundação, tocar em festas cíveis e religiosas, tem como maestro atual, Ademar Campos Neto



ORQUESTRA LIRA CECILIANA DE PRADOS - PRADOS MG

A Orquestra Lira Ceciliana, situada à rua Capitão Manoel Dias de Andrade 143, na cidade de Prados MG. Foi fundada em 1926 por José Estevão Marques da Costa, juntamente com a Banda Lira Ceciliana de Prados, com a função de abrilhantar festas religiosas e tem como regente atual, Ademar Campos Neto.


ORQUESTRA LIRA SANJOANENSE DE SÃO JOÃO DEL REI

A Orquestra Lira Sanjoanense, situada à Rua Santo Antônio fundada em 15.08.1776 do século XVIII (244) anos. “Não basta somente a combinação das vozes humanas com o som dos instrumentos. É necessário e muito que haja a união entre todos os indivíduos que compõem a corporação para que ela funcione como um só maquinismo e uma só vontade para a realização de seus anseios” Do Estatuto da Lira Sanjoanense 1776.



BANDA SANTA CECÍLIA - RESENDE COSTA MG

A Banda Santa Cecília, sita à Rua Bueno Brandão na cidade de Resende Costa MG, fundada em1912 por Cristóvão Gonçalves, criada com a finalidade de tocar em festas cíveis e religiosas, fundou também a Orquestra Mater Dei, tem como regente atual, Luiz Carlos Martins Junior.



                        ORQUESTRA MATER DEI DE RESENDE COSTA MG

A Orquestra Mater Dei, ligada a banda Santa Cecília de Resende Costa, situada à Rua Bueno Brandão em Resende Costa MG ,fundada em 1936 por Cristóvão Gonçalves Pinto, fundada junto com a Banda Santa Cecília de Resende Costa, foi criada com a função de atuar em festas sacras e religiosas, tem como regente atual, Luiz Carlos Martins Junior.


SOCIEDADE MUSICAL SANTA CECÍLIA - ENTRE RIOS DE MINAS MG

A Sociedade Musical Santa Cecília, sita à rua Mário Alves de Andrade 30 na cidade de Entre Rios de Minas MG, fundada em 13.11.1908 por:Segundo o relato, os músicos fundadores foram: João Antônio das Chagas, João José Pena Baeta (contramestre da banda), Antônio José da Cruz, Augusto Antônio Matias (regente), José Gonçalves de Resende, Ângelo Panzera, Joaquim de Aguiar Coelho, José da Cruz Ferreira, Aureliano José Sabino, Laudelino Paranhos, José Maria e Augusto José Querino. Como cantoras, participaram da fundação: Adelina Salvino, Maria Clarinda, Maria Baeta Cruz e Maria Filomena Panzera.Maria Clarinda, Maria Baeta Cruz e Maria Filomena Panzera, para abrilhantar festas cíveis e religiosas, tem como maestro Elvis Washington Reis.


SOCIEDADE MUSICAL SÃO SEBASTIÃO - DORES DE CAMPOS MG

A Sociedade Musical São Sebastião, sita à Rua Teófilo Silva 02 na cidade de Dores de MG, fundada em 19.09.1943 por, Antônio Sena, Antônio Alberico da Silva, Angelina Silva e outros, e juntamente com a banda, foi fundada a Orquestra São Sebastião, ambas com a finalidade de participação em festas cívicas e religiosas, tem como maestro José Geraldo de Melo (Zezinho)


ORQUESTRA SÃO SEBASTIÃO - DORES DE CAMPOS MG

A Orquestra São Sebastião, acoplada à Sociedade Musical São Sebastião, situada à rua Teófilo Silva 02, fundada em 1909 por Antônio Sena, Antônio Alberico da Silva, Angelina Silva e outros em Dores de Campos MG, criada para atuar em festas religiosas, tem como regente atual , Silas de Lélis Silva Freitas.


SOCIEDADE MUSICAL LIRA SANTA CECILIA DE SÃO MIGUEL DO CAJURU - SÃO JOÃO DEL-REI MG

A Sociedade Musical Lira Santa Cecília de São Miguel do Cajuru, sita à rua da Matriz 80 Distrito de São Miguel do Cajuru cidade de São João Del-Rei MG, criada em 1979 (renovação) por, Sebastião Brito, Gino (filho do Eugênio), Lopes ( do João do Eugênio), Avelino (Pai do Largato), José Ambrósio, Panhado (filho do José Ambrósio), Geraldo do José Ambrósio, Antônio Demando, Sebastião Duvirgem, João Menino e Miguel do Kacândido com a finalidade de abrilhantar festas cívicas e religiosas. Como a banda não possui Orquestra Sacra, as músicas para os festejos na igreja, os arranjos são adaptados para banda, e tem como maestro atual, Sérgio dos Passos.



BANDA MUNICIPAL SANTA CECÍLIA - SÃO JOÃO DEL-REI MG

A Banda de Música Santa Cecília, sita à Rua Ministro Gabriel Passos em São João Del-Rei, fundada em 26.03.1968 por Dr. Milton de Resende Viegas, prefeito na época da cidade de São João Del-Rei, com a finalidade de abrilhantar necessidades cívicas da Prefeitura e atender também a festas religiosas, tem como maestro José Antônio da Costa.



CORPORAÇÃO MUSICAL UNIÃO BONJARDINENSE - BOM JARDIM DE MINAS MG

A Corporação Musical União Bonjardinense, sita à Rua Gumercino Gonçalves da Cunha s/n. na cidade de Bom Jardim de Minas MG fundada em 10.08.1953 por Vicente Mauro, vem prestando serviços à comunidade de Bom Jardim envolvendo jovens de rua de ambos os sexos em projeto cultural beneficiando o espírito social comunitário e tem como maestro Antônio Dimas Ribeiro Lima.



CORPORAÇÃO MUSICAL AQUILES RIOS - SÃO JOÃO DEL-REI MG

A Corporação Musical Aquiles Rios, sita à Rua Miguel Augusto Teixeira 278 no Distrito do Rio das Mortes cidade de São João Del-Rei MG, fundada em 12.10.2013 por Mario Elson, levou o nome do Sr. Aquiles Rios daquele distrito em sua homenagem. Tem como maestro o professor Mário Elson



LIRA DO ORIENTE DE SANTA CECÍLIA - SÃO JOÃO DEL-REI MG

A Banda de Música Lira do Oriente de Santa Cecília, sita à Rua Ministro Gabriel Passos no Distrito do Rio das Mortes em São João Del-Rei MG, fundada em 22.11.1895 por, Sr. Pedro Sapo e João Francisco da Mata, que criou também a Orquestra com o mesmo nome e que ostenta enorme acervo de composições dentre elas a Marcha Fúnebre com o seu nome João da Mata, foi fundada com a finalidade de abrilhantar as festas religiosas e cíveis do Distrito do Rio das Mortes, tem como maestro Marcio dos Reis.



ORQUESTRA BANDA DE MÚSICA LIRA DO ORIENTE DE SANTA CECÍLIA

A Orquestra Lira do Oriente de Santa Cecília, situada à Rua Ministro Gabriel Passos no distrito do Rio das Mortes, cidade de São João Del-Rei MG, fundada em 22 de novembro de 1889 por Pedro Sapo e João Francisco da Mata, foi fundada juntamente com a Banda do mesmo nome, e tem a finalidade de abrilhantar festas religiosas.



BANDA MUNICIPAL TEODOSINO CAMPOS - DIVINÓPOLIS MG

A Banda Municipal Teodosino Campos, sita à Vereda Dr. Valdemar Raush 200 bairro Santa Clara, cidade de Divinópolis MG, fundada em 02.06.1981, criada pelo SEMEC – Secretaria de Educação e Cultura na administração do Prefeito Fábio Botelho Notini, criada com a finalidade de atender as necessidades culturais de Divinópolis, tem como maestro Anderson José Silva.



CORPORAÇÃO MUSICAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – CONCEIÇÃO DA BARRA DE MINAS MG

A Corporação Musical Nossa Senhora da Conceição, sita à Rua Oneide Teixeira de Oliveira 04 em Conceição da Barra de Minas MG, fundada em 1897 por Carlos Passos de Andrade, Mileto José Ambrósio, Nicolau Badariotti Padre Que fundou um colégio na cidade, onde lecionava além das matérias curriculares, tinha também teatro e música. Conforme depoimento do fornecedor dos dados, Vagner Cosme de Souza, a data de fundação e os nomes dos fundadores são dados presumidos por terem sido tirados de partituras do acervo da Banda. O seu maestro é Vagner Cosme de Souza

CORPORAÇÃO MUSICAL SANTA CECÍLIA - PIEDADE DO RIO GRANDE MG

A Corporação Musical Santa Cecília sita à Avenida Sete de Setembro 177 sala 319 em Piedade do Rio Grande, fundada em 22.11.1964, fundador(es) Jaime da Silva Mângia, Justo Mângia da Silva, José Mângia da Silva, José Custódio e Aníbal Saldanha, foi criada com o intuito de participar das festas religiosas, principalmente procissões, leilões, alvoradas e também para os eventos civis quando é solicitado. Maestro atual Edmilton Eurico Ribeiro



CORPORAÇÃO MUSCAL SÃO SEBASTIÃO – SANTA CRUZ DE MINAS

A Corporação musical São Sebastião Situada à Rua Ana Maria de Jesus nº 73 Centro em Santa Cruz de Minas fundada em 17/02/1997, sempre esteve presente nos principais eventos cívicos, religiosos e esportivos na cidade de Santa Cruz de Minas e demais cidades da região quando solicitada. Fundada em 17 de fevereiro de 1997 e inaugurada em 20 de janeiro de 2011, é uma entidade civil sem fins lucrativos e Patrimônio Imaterial da cidade. A Banda, conta hoje com 50 músicos entre crianças, jovens, adolescentes, e adultos tem como presidente, Domingos Sávio Detoni e Regente, Reinaldo Junior de Carvalho e possui sede própria. A Corporação recebe apoio da Prefeitura Municipal e da comunidade para seu funcionamento, oferece aulas gratuitas de teoria musical e instrumentos. As atividades musicais que a Banda participa, abrange desde apresentações nas praças, encontros de Bandas, eventos cívicos até religiosos na comunidade e região.


              BANDA DE MÚSICA SANTA CECÍLIA - RITÁPOLIS MG

A Banda de Música Santa Cecília, de Ritápolis, situada à Avenida Inconfidência centro na cidade de Ritápolis – MG, fundada em 1920, primeiro registro de existência da banda, encontrado em programa religioso e cita a presença da banda. Fundador, não foi encontrado registro sobre o mesmo ou os mesmos. A história da Banda de Música Santa Cecília,, faz parte da própria história do município de Ritápolis, com outros nomes que a mesma teve como: Banda Paroquial, Banda Santarritense, Lira Santarritense, Banda Paroquial Santa Cecília e concluído na atualidade como Banda de Música Santa Cecília, onde se transformou em um dos maiores bens culturais da cidade. Consta que na década de 60 o Maestro Antônio Teixeira, fazia um trabalho com coro e adaptação das partituras de orquestra para instrumentos de sopro, onde participava das festas como orquestra, o qual após o seu afastamento terminou a função da orquestra. Atualmente, o maestro da Banda é o Fábio dos Santos Silva



                                             LIRA BARBACENENSE - BARBACENA MG



BANDA LIRA IMACULADA CONCEIÇÃO DE SÃO TIAGO – SÃO TIAGO MG

A Banda de música, Lira Imaculada Conceição, situada à Rua Carlos Pereira 55ª centro São Tiago MG fundada em 08.12.1963, fundador: Monsenhor Francisco Elói de Oliveira, tem como regente na atualidade, Tássio Túlio Mendes de Resende. Pode-se observar que a Lira Imacuada Conceição é uma banda jovem, formada em sua maioria por jovens meninos.

CORPORAÇÃO MUSICAL LIRA BARBACENENSE - BARBACENA MG

Rua Bernardo Guimarães 52 Bairro São José

Barbacena

Fundada em 1910

                        BANDA MUNICIPAL DE BARROSO - BARROSO MG

Fundada em 1895 século XIX

Fundador:

Regente:


                 BANDA DE MÚSICA 12 DE MARÇO DE MACUCO DE MINAS


                                BANDA LIRA SANTA CECÍLIA DE BOM SUCESSO MG

A Banda Lira Santa Cecília de Bom Sucesso MG, situada à rua........... foi fundada em 1902, com pessoas que tinham o conhecimento musical e decidiram criar um meio em que a população tivesse acesso a esse meio artístico maravilhoso no qual é o mundo da música! A banda hoje conta com cerca de 30 integrantes e faz um trabalho maravilhoso com as pessoas que queiram ingressar no meio musical, sendo que o mínimo de faixa etária exigido é de 8 anos, garimpando e lapidando assim os talentos de nossa cidade desde cedo!

BANDA THEODORO DE FARIA - SÃO JOÃO DEL-REI MG

A Banda de Música Theodoro da Faria, situada à Rua Santo Antônio nr. 289 em São João Del-Rei, fundada em 1902 por, originária da Orquestra Ribeiro Bastos, que ensina música a jovens e adultos com aulas individuais, criada com a finalidade de prestação de serviços às setecentistas irmandades e confrarias de São João Del-Rei em suas grandiosas procissões cujo acervo herdado da antiga Banda Ribeiro Bastos, composto de partituras em sua maioria do século XIX e XX de diversos gêneros musicais sendo os mais representativos, marchas fúnebres e festivas, e dobrados e conta com grande número de composições de São João Del-Rei.



                  CORPORAÇÃO MUSICAL LIRA PERDOENSE - PERDÕES MG


BANDA DE MÚSICA MUNICIPAL SANTA CECÍLIA DE CEL. XAVIER CHAVES


BANDA DE MÚSICA LIRA JOAQUIM BRAGA DE RIBEIRÃO VERMELHO MG

A Banda de Música Lira Joaquim Braga situada à Praça Gerson Loureiro 326 centro, em Ribeirão Vermelho MG, Sempre esteve presente nos principais eventos cívicos, esportivos religiosos e até em momentos de acontecimentos drásticos e fúnebres, realçando cultura e harmonia na vida dos Ribeirenses. Consta que em 08 de dezembro de 1896, inaugurava e comemorava-se grande acontecimento em Ribeirão Vermelho, às 19,00 horas um grupo de rapazes pela primeira vez, iriam fazer uma retreta. De repente, ouviram-se ao longe, alguns sons, que era a banda de música saindo de sua pequena sede situada atrás da capela de Nossa Senhora da Guia, e gerou comentários e aplausos ao verem o êxito completo do desfile e apresentação tendo à frente o velho português Joaquim Braga. Em 08 de dezembro de 1905, Antônio Novais oficializou o nome da banda como Corporação Musical Nossa Senhora da Conceição e mais tarde passou a chamar-se Banda de Música Lira Joaquim Braga em homenagem póstuma ao seu primeiro regente e fundador, o farmacêutico Joaquim dos Santos Braga, e atualmente tem como regente Antônio Elias de Souza.


CORAL IMACULADA CONCEIÇÃO DE RIBEIRÃO VERMELHO MG, foi fundado para atender as atividades cívicas e religiosas da cidade. Em 1932 ou 1934, o músico, não se sabe se de São João Del-Rei ou Ribeirão Vermelho, de nome Antônio Rufino de Almeida, se é militar ou coisa assim, ele pegou algumas músicas que faziam alusão ao Setenário das Dores, esse evento religioso da Igreja Católica, e desde essa época até hoje com alguns componentes da Banda e o cora Imaculada Conceição, participam da Semana Santa, cantando essas músicas em latim, praticados desde 1932 até a data atual, sob a regência de Antonio Elias de Souza.


                 SOCIEDADE MUSICAL LIRA SANTO ANTÔNIO DE IBERTIOGA MG


                                   LIRA NOSSA SENHORA DAS DORES – GONÇALVES MG

A Lira Nossa Senhora das Dores situada à Praça Monsenhor Dutra nr. 162 centro, na cidade de Gonçalves MG, fundada em 12.07.1909 fundador Capitão Antônio Carlos. Associação privada sem fins lucrativos, foi criada para atender a pedido da sua esposa que era amante de banda de música. Foram até São Bento do Sapucaí e contrataram o Sr. Manuel de Assis Camargo para ministrar aulas de música para formação de músicos, e os instrumentos foram adquiridos na cidade de São Paulo com recursos próprios, onde foi lavrada a ata de fundação da banda na data de 12.07.1909. A banda tem como regente, Dito Cota.

BANDA SINFÔNICA DO SANTUÁRIO DO SENHOR BOM JESUS DE MATOZINHOS – SÃO JOÃO DEL REI MG

A Banda Sinfônica do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, situada à Rua Dr. Elói Reis nº 01. É uma instituição filantrópica que atende cerca de 220 famílias, fornecendo estudo gratuito de música a jovens, crianças, e adolescentes do bairro de Matozinhos e adjacências com formação em diversos grupos musicais e tem um projeto que mantém uma Banda de Concertos, uma Banda Marcial, uma Orquestra de Cordas e uma escola de formação que atua como coral. Fundada em 14 de setembro de 2008. Dia maior e Honra a Bom Jesus de Matozinhos que deu seu nome à corporação. Seus fundadores Padre José Raimundo da Costa e Ronaldo de Oliveira Menezes, sargento músico do Exército Brasileiro, que está à frente das atividades como regente//diretor artístico desde o início de sua fundação. Desde 2013, a Banda realiza um evento intitulado Concertos Itinerantes que são realizados nas regiões do Campo das Vertentes, Zona da Mata e região central de Minas Gerais. Atuam nesse projeto alunos de música da UFSJ e professores do Conservatório de Música Padre José Maria Xavier de São João Del-Rei.


                           BANDA SALESIANA MENINOS E MENINAS DE DOM BOSCO


                                          BANDA EUTERPE CACHOEIRENSE

A Banda Euterpe Cachoeirense situada à Rua....... em Cachoeira do Campo MG, fundada em 25 de outubro de 1856 Século XIX, tem como fundador, o Capitão Rodrigo de Figueiredo Murta.

               CORPORAÇÃO MUSICAL SANTA CECÍLIA DE CARANDAÍ MG

A Corporação Musical Santa Cecília, situada à rua..... em Carandaí MG, fundada em 27.04.1900, fundador (es)..... foi criada com a finalidade de divulgar eventos na banda, bicentenária e principalmente fazer prevalecer a tradição de bandas, tem como regente, Antônio Carlos Dequinha

                                                       EUTERPE OPERÁRIA - LAVRAS MG

A Banda de Música Euterpe Operária, situada à Rua......, em Lavras MG, fundada em 24.09.1910, fundador...... tem como regente, Lázaro Aquino.

                                                            LYRA LAGOENSE

A Lyra Lagoense de Lagoa Dourada MG, situada à rua...... fundada em......... fundador

                                      SOCIEDADE BANDA RAMALHO DE TIRADENTES

A Sociedade Banda Ramalho situada à Rua... em Tiradentes MG, fundada em 1860 do sécuo XIX, fundador,....... tem como regente Tadeu Nicolau Rodrigues


SOCIEDADE ORQUESTRA E BANDA RAMALHO DE TIRADENTES MG

A Sociedade Orquestra e Banda Ramalho, situada à Rua ...... em Tiradentes MG, fundada em 1860 do século XIX, fundador........ tem como regente,



segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Apresentação


Quando comecei esse "livro/blog" tinha em mente apenas deixar registrado o trabalho de Carlos para que fosse divulgado de forma acessível às pessoas que com ele conviveram, que de alguma forma estiveram ou ainda estão presentes, que se sentissem homenageadas aqui! Seu  avô Boanerges Pereira, o seu pai Sebastião Goulart do Nascimento "Noquinha", os seus tios Tinoca e  Laerte irmãos do seu saudoso pai, além de Expedito Marivaldo Pereira, irmão de sua saudosa mãe, Giselda Benedita Goulart, pessoas que mantiveram com dificuldade  e prazer a tradição musical em Dores de Campos. Sei que por conta de divergências políticas, foi fundada a Corporação Musical São Sebastião na cidade á meio século aproximadamente e a mesma não foi citada neste trabalho. Mesmo no caso da Lira Nossa Senhora das Dores, o material de pesquisa "gastou muita sola de sapato" para ser conseguido. Documentos que seriam obtidos através da igreja local, foram queimados por ordem de um vigário da época, destruindo parte da memória e documentação. Fotos, nem sempre conservadas corretamente, tirando sua originalidade. Desrespeitando assim não só a memória local, mas a pessoal, de personagens que têm uma história de vida para contar. Em nome disso, peço que repitam o projeto do Carlos em outras bandas, com outros personagens, pois a cultura das bandas está enraizada em nossa região (Dores de Campos, São João de Rei, Prados, Resende Costa, Ritápolis, Lagoa Dourada, Entre Rios de Minas, Carandaí, Passatempo, Barroso, Conceição da Barra, Coronel Xavier Chaves).
Curtam essa viagem planejada com carinho!

e-mail do Carlos: carlosgoul@hotmail.com

Sandra Corrêa Nunes

Carlos Roberto Goulart



Carlos nasceu em Dores de Campos aos 6 de setembro de 1946.  Filho de Sebastião Goulart do Nascimento e de Giselda Benedita Goulart. Família pobre porém apaixonada por música, não tardou para que o pequeno Carlos, em suas traquinagens infantis, descobrisse escondido pelo pai no guarda roupas, o sax-horn e começou tentar tocar as músicas que ouvia no rádio. Saiu aos dezoito anos de casa, iniciando sua trajetória como bancário, afastando-se um pouco da música, compensando com visitas periódicas a Dores de Campos. Nessas visitas, tocava com a Lira Nossa Senhora das Dores, na orquestra de Danças "Amantes do Ritmo". Com sua transferência para São João del Rei, ainda no Banco, em 1974, teve início sua carreira como bombardinista na centenária Orquestra Ribeiro Bastos, na qual permaneceu até o ano de 2007. Em 1995, a convite do regente da Banda Municipal Santa Cecília, começou a atuar como trombonista dessa banda, assim como, nesse mesmo ano começou sua carreira como professor de instrumentos de sopro "metais" no Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier, e veio a aposentar-se no ano de 2016. Em 2010 prestou vestibular para a UFSJ na disciplina de Educação Musical, faltando pouco para a sua graduação. O seu Trabalho de Conclusão de Curso rendeu-lhe a nota máxima (10), foi defendido no ano de 2017. Sendo este o mote desse blog. Tendo como intento a divulgação  para conhecimento da história desde a fundação da banda Lira Nossa Senhora das Dores em 1875. Trata-se de um estudo rico em informações da cidade de Dores de Campos. Para maiores esclarecimentos sobre a pesquisa o contato do Carlos é carlosgoul@hotmail.com.
Desde sempre apoio essa "empreitada" do Carlos! Sabia se tratar de um sonho antigo dele. Por isso toquei o projeto da blog "Banda de
 Música Lira Nossa Senhora da Dores por Carlos Roberto Goulart". Quis dar uma aparência de um livro para pesquisa, estudo ou mesmo contar a parte da história de Dores de Campos que ele viveu e participou.
É um carinho meu a causas e vivências importantes para quem se tornou o meu companheiro de vida.
Amo.
e-mail do Carlos: carlosgoul@hotmail.com


Sandra Corrêa Nunes

BANDA DE MUSICA LIRA NOSSA SENHORA DAS DORES








Primeira foto da Lira Nossa Senhora das Dores, tirada em 1875.


Carlos Roberto Goulart




Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Música da Universidade Federal de São João del-Rei – UFSJ, como pré-requisito para a obtenção do grau de Licenciado em nome de Carlos Roberto Goulart do Curso, sob a orientação do Prof. Dr. Edilson Assunção Rocha.

São João del-Rei
2017







AGRADECIMENTOS
Em especial aos meus entrevistados:
Sr. José Tarcísio (Tinôca), Sr. Raimundo Laerte Goulart (Laerte), Sr. Expedito Marivaldo Pereira, Cap. Delci José de Assis, Dr. Antônio Mauro da Silva, Sr. Geraldo José da Silva (Bilé) Ernesto Marques, Ilacir Rodrigues de Melo.

Aos meus Pais (in-memorian):
Sebastião Goulart do Nascimento (Noquinha)
Giselda Benedita Goulart

Aos meus filhos:
Isacarla Goulart, Synthia Goulart, Pierri Goulart, Tatiana Valim Goulart

Ao meu orientador:
Prof. Dr. Edilson Assunção Rocha

A minha companheira que tanto me incentivou,
Sandra Corrêa Nunes.


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RESUMO

Esse trabalho tem como finalidade contar a história da Banda de Música Lira Nossa Senhora das Dores, desde o seu surgimento no século XIX ano de 1875 no Arraial do Patusca até a atualidade. Foi empregada a metodologia oral nesta pesquisa tendo um ponto preponderante para o resgate das informações e imprescindível ao sucesso dessa jornada, apesar da idade avançada dos músicos pertencentes à corporação que registraram a sua entrevista, não tiveram a oportunidade de registrar sua experiência e contar a sua história. Portanto, esse projeto tem como benefício adicional, prestar a justa homenagem a esses músicos que deixam registrados através de sua entrevista a sua vivência, desde a data da sua iniciação na Banda, que serão a base para a construção da biografia da Lira Nossa Senhora das Dores.
Palavras chave: Lira Nossa Senhora das Dores, Dores de Campos, Banda, História, Musicologia, Biografia.








1 – INTRODUÇÃO


Esta pesquisa mostra a história da Banda de Música Lira Nossa Senhora das Dores, fundada no século XIX, ano de l875 pelo Sr. Agostinho Silva, na cidade de Dores de Campos, MG. Com sua visão empreendedora, foi aprender música em Prados e ao voltar, abriu uma escolinha de música, quando começou a dar aulas para os interessados. Fundou a Banda, contribuindo para a construção da tradição das bandas de música em Minas Gerais, e para o crescimento da cidade. O Estado de Minas Gerais é conhecido como um grande celeiro de Bandas de Música, e a criação da banda Lira Nossa Senhora das Dores veio contribuir com essa característica.
Ainda não existe nenhuma pesquisa voltada para a história da Banda de música Lira Nossa Senhora das Dores, por isso, esse trabalho apresenta o potencial de contribuir para o assunto e estimular outros pesquisadores a se aprofundarem em novos estudos sobre o tema.
Vários músicos que pertenceram ou ainda pertencem à corporação, ao longo do século XX encontram-se em idade avançada e ainda hoje, não tiveram a oportunidade de registrar sua experiência e contar sua história. Este projeto terá como benefício adicional então, prestar a justa homenagem a esses músicos, através das entrevistas que servirão de base para a construção da biografia da banda.
Esta pesquisa pode auxiliar na construção da história de Dores de Campos sobre um viés cultural, ajudando a compreender suas dinâmicas e sua inserção na região.

2 - OBJETIVO

Esse trabalho tem como finalidade contar um pouco da história da Banda de Música Lira Nossa Senhora das Dores, desde o seu surgimento no ano de 1875, até a atualidade.

3 – MARCO TEÓRICO

Com o seu recente surgimento, a Micro-História vem oferecendo serviços à História Geral, uma vez que permite revelar fatos relevantes e realidades até então desconhecidas. A Micro-História tem como finalidade, uma forma de pesquisar e escrever a História, onde são reduzidos os parâmetros de observação comparados às estruturas da História Geral.
Carlo Ginnzburg, nascido em Turim Itália em 15 de abril de1939, formado em história e Antropologia, é pioneiro e um dos principais nomes da Micro-História, autor de vários livros. Dentre eles está Os Andarilhos do Bem, e O Queijo e os Vermes.

Santos em seu artigo no UOL, dizia, em seu perfil: A história por muito tempo citava somente os grandes personagens, vistos e escritos pelos historiadores. Eram vistos de cima para baixo, ocultando, não dando importância a personagens que poderiam desnudar pequenos detalhes, mas relevantes e importantes dentro do contexto geral. Essa história ficou conhecida pelo caráter positivista por não dar merecimento aos pequenos historiadores. Carlo Ginnzburg, grande historiador, contribuiu para que a história fosse vista também de forma minuciosa nos fatos históricos, aos agentes considerados até então como figurantes. A chamada micro-história relata e mostra os pequenos detalhes da história, e temos como exemplo registrado, um fato histórico onde os nomes de Hitler e Mussolini que se tornaram pessoas famosas nas teses universitárias, após o surgimento da micro-história, puderam ser relatados, dentro da segunda Guerra Mundial, fatos observados por um soldado camikase, os mínimos detalhes, deixam claro para o leitor ter acesso e perceber as partículas até então não narradas pela história. Fica então realçado, que o principal intuito da micro-história é valorizar os pequenos fatos da história e fazer com que tenham o real valor.
Portanto, a Micro-História é desenvolvida com a principal finalidade de analisar os pequenos detalhes da História, mostrando fatos que passariam despercebidos. Antes do seu surgimento, a história de uma forma geral mencionava somente os grandes heróis dos acontecimentos, ocultando pequenos personagens que tinham seu papel importante dentro do contexto histórico. 


4 – REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS


Para a realização desta pesquisa, foi empregado consultas nos livros relacionados:
Na Terra da Figueira Encantada: História de Dores de Campos, de José Lopes Pereira prefácio de Malba Tahan. O autor narra sobre a cidade de Dores de Campos e sua fundação, da Figueira Encantada e suas lendas e estórias. Considera detalhes sobre o desenvolvimento econômico da cidade, suas indústrias de arreios e artefatos do couro, do tropeirismo dorense que dava saída para outros locais dos produtos fabricados bem como sobre. a criação de escolas que contribuíram para sua expansão cultural. Narra também sobre a sua própria vida e o cotidiano como professor atuante na escola regular, além de sua formação superior em Odontologia. Exercia em escolas de ensino a profissão de professor e foi Diretor Escolar durante diversos períodos. Em seu livro na Terra da Figueira Encantada História de Dores de Campos, com prefácio de Malba Tahan, o autor, José Lopes Pereira, Odontólogo, graduado em 1925 pela Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte, narra sua experiência vivida na pequena Dores de Campos sobre a Figueira Encantada, encantada pela sua moldura expansiva e frondosa, acolhedora sob sua sombra, como são acolhedoras as pessoas daquele lugar.

A Saga dos Tropeiros da Terra da Figueira Encantada. O autor, José Vicente Praxedes, faz uma narrativa sucinta das peculiaridades e das sequências de uma viagem de tropeiros desde a sua saída na cidade de Dores de Campos, suas paradas para descanso, alimentação, como também descanso dos animais. Esclarece também que aproximadamente a duzentos anos atrás, de um moirão do curral de uma fazenda, nasceu uma pequena árvore que aos poucos foi se transformando em uma bela figueira. Pelo encanto dessa fazenda e de seu dono, ao redor da gigantesca árvore, em sua frondosa e generosa sombra, foi se formando um povoado que mais tarde seria conhecido como o pequeno povoado do Patusca que cresceu entre os vales e morros tão comuns na região de Minas Gerais, gerando a cidade de Dores de Campos. (Praxedes 11/12)

Tropeirismo Dorense. O autor Helbert José Aliani da Silva faz uma narrativa sobre a vida e sobrevivência dos tropeiros em toda a sua trajetória. Do comércio de mercadorias e situações. Das cidades visitadas pelos tropeiros em toda a região, sobretudo durante longos períodos afastados de suas residências. Do fornecimento de gêneros alimentícios às famílias dos tropeiros pelos comerciantes locais, assim como de suas necessidades de medicamentos em casos de doença. Fala também dos procedimentos dos industriais para remessa de mercadorias para reposição de estoque, que era feito pela estrada de ferro EFOM e despachados na Estação de Prados até o destino onde se encontravam os tropeiros. A entrega e responsabilidade da criação dos filhos e familiares na ausência dos mesmos, até o progresso e o desenvolvimento do município com os resultados dessa saga.

5 – METODOLOGIA


Para a conclusão desse trabalho, foi necessário realizar pesquisas documentais em arquivos e livros da própria corporação e da igreja local, recortes de jornais da época, assim como consultas em registros de pesquisadores estudiosos no assunto da musicologia. Foram realizadas entrevistas dentre cidadãos e cidadãs que possuem vivência e conhecimento de época mais próxima às da fundação da banda ou mesmo que possam ter obtido conhecimento de dados através de informações verbais passadas de pai para filho, de pessoas mais antigas da fase da fundação. Foi elaborada uma “linha do tempo”, onde foram anotados dados desde a fundação da Banda, seu fundador ou fundadores, seus registros, sobre a cidade, e datas de nascimento, falecimentos, sempre levando em conta as personagens mais significativas, suas particularidades musicológicas, e musicais. Outros dados coletados, tais como, adoção de métodos pedagógicos para a escola, para composição do quadro de músicos, bem como a quantidade de pessoas interessadas no aprendizado da música, os recursos obtidos na época, métodos utilizados para aquisição dos instrumentos musicais e repertório, localização da sede onde funcionava, despesas com aluguéis e uniformes e a finalidades da fundação da Banda.


6 – O NASCIMENTO DO ARRAIAL DA PATUSCA


Morava à beira de um ribeirão um Português de origem não identificada que recebeu a alcunha de Patusca pela maneira cômica e educada com que recebia os passantes. Por esta razão o ribeirão que corta a região, recebeu o nome de Patusca. Este Português mantinha uma espécie de pousada onde oferecia pernoite e alimentação aos transeuntes que por essas bandas transitavam, já que existia uma estrada que cortava a região ligando cidades do porte de São João Del-Rei, Tiradentes e Prados. A sua casa de morada existiu durante longos anos, e algum tempo depois, foi construída bem perto dessa tapera, outra casa de morada que foi denominada fazenda do Sr. Oscar, ao pé do morro do pinhão. PEREIRA 1914 p 39.40 MELA, GOULART. 1830
Os desbravadores Bandeirantes em busca de pedras preciosas e ouro, passaram pela Estrada Real, e nesse extenso percurso, destaca-se a Região dos Emboabas, território que pertencia a Tiradentes. Como o ribeirão do Patusca fica nas terras dessa região dos Emboabas, quando da fundação do Arraial do Patusca, esse pertencia ao município de Tiradentes, mas com a construção da capela de Nossa Senhora das Dores e a fundação do distrito de Dores do Patusca, o mesmo foi anexado ao município de Prados. WORDPRESS. (2009)


Figura 1: Foto de Dores da Patusca


A foto acima registra as poucas casas no início da fundação do Arraial.







7 – DORES DE CAMPOS


Figura 2: Vista Panorâmica de Dores de Campos com destaque da Igreja já com a torre.


A cidade de Dores de Campos, situada na região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais, foi fundada pelo Sr. Bernardo Francisco da Silva, que morava com sua esposa e seus quatro filhos em casas construídas no Arraial e mantinha um antigo costume de família que era reunir nos finais de semana com todos os familiares e praticavam atividades esportivas e havia os folguedos em família com jogos de salão. PEREIRA, 1968 p 35
Em 1830 Sr. Bernardo Francisco da Silva, e seus quatro filhos, Francisco Sena Filho, vulgo Chico Bernardo, Antônio da Silva Sena, Manoel Justino da Silva Luiz e Joaquim da Silva vulgo Tilico, e suas esposas respectivamente, Joaquina Sena, Maria Justina Malta, Hipólita Carolina Teixeira e Dona Carlita. Morava também com a família do Sr. Bernardo, seu sobrinho José Cajurú, adquiriram terras na região Ribeirão do Patusca. Havia somente cinco casas quando foi fundado o Arraial, cujo objetivo principal do Sr. Bernardo, teria sido a exploração do comércio agropecuário favorecido pela confluência do Ribeirão e o Rio das Mortes bem como a estrada com que ligava o arraial a cidades vizinhas de Prados, São João del-Rei e Tiradentes, que grandemente influenciaram no desenvolvimento do Arraial já que a estrada que cortava a região ligando a outras cidades gerava comentários entre os viajantes os quais eram passados a populações dos outros municípios e regiões. PEREIRA 1968 p 35, 36
O terreno em que a cidade foi assentada no chamado Pasto do Corredor, era de propriedade do Sr. José Justino da Silva que o herdou do seu pai Manuel Justino da Silva onde primitivamente as casas foram construídas em taipa marcando o início do Arraial do Patusca. PEREIRA, 1968 p 36

7.1 - A arte em couro

A Indústria Agropecuária não foi próspera, porém o pioneirismo dos irmãos Antônio da Silva Sena e Manoel Justino da Silva entre os anos de 1835 e 1840, implantaram indústrias de arreios e seus derivados, manufaturados do couro bovino, marcou o desenvolvimento econômico da cidade. Conta-se na história, que os irmãos se dirigiram a Barbacena com a finalidade do aprendizado da fabricação de arreios, selas e seus pertences em uma fábrica naquele local, porém o industriário proprietário chamado Sr. Bibiano exigiu uma quantia enorme em torno de 400$000 quatrocentos mil reis para que fosse passada a técnica e normas na fabricação, e mais que os irmãos trabalhassem gratuitamente, sem qualquer tipo de remuneração, durante um período de três anos em sua fábrica. A atitude dos irmãos foi negar a proposta: compraram duas selas de diferentes padrões, voltaram para o Arraial, procederam ao desmanche das selas fazendo moldes das peças e iniciaram a construção de arreios baseados nesses moldes. Aperfeiçoaram-se como seleiros, e então, ainda jovens, legaram seu oficio a posteridade, dando o passo inicial a fábricas de arreios do município. PEREIRA, 1968 p 56



Figura 3: Fábrica de Arreios pertencente ao Sr. Joaquim Bernardino data de 1906 no Arraial do Patusca

7.2 – A religiosidade inspira o nome:

Em 1877 com a conclusão da Capela Mor, toda feita em taipa, havia o comprometimento do Sr. Manoel Gonçalves de Assis casado na família Dorense em fazer a doação da imagem de Nossa Senhora das Dores à comunidade, e em 1879 com a chegada da imagem, foram feitas as comemorações religiosas de praxe, onde foi registrado o nome do Sr. Manoel como benemérito nos anais da história Dorense.



Figura 4: foto panorâmica do Arraial do Patusca, onde se destaca a Igreja ainda sem torre 1877 PEREIRA p 58


Vista parcial da cidade, onde pode ser observada a Igreja sem a torre, (1877 PEREIRA p 58). Em 1910, foi fundado o Curato de Nossa Senhora das Dores pelo então Mons. Alípio Odier de Oliveira, sendo o primeiro padre do Curato Pe. Francisco Goulart de Souza. Anos mais tarde a população se uniu para construir a torre, fizeram um mutirão e ela foi edificada. Os padrinhos da torre foram Dr. Silvio Júlio da Silva Tranqueira e sua esposa Sra. Emília Cândida Gonçalves Tranqueira. Na ocasião construíram um baú de madeira revestido de cobre e colocaram em seu interior, um jornal, uma moeda e uma cédula da época, também foi feita uma ata com assinatura do pároco e pessoas que estiveram presentes no evento. Depois o baú foi enterrado nas imediações da Igreja, porém não existem notícias sobre o paradeiro do mesmo. PEREIRA, 1968 p 44
O sentimento religioso do povo e as dificuldades encontradas para a prática em comum dos atos religiosos fizeram nascer à idéia da construção de uma capela filial à Matriz de Prados, sede da comunidade católica. A idéia era desafiadora já que a população era pequena, mas o Capitão Vicente Teixeira de Carvalho tomou essa iniciativa e sob sua orientação construiu a Capela Mor, primeira parte do projeto sob a invocação de Nossa Senhora das Dores. A Banda de Música Nossa Senhora das Dores proporcionou a sua contribuição fazendo uma excursão pela Zona da Mata e em 10 de outubro de 1879 partiu em direção àquela região. Em 30 de outubro de 1879 retornaram trazendo o fruto daquele trabalho, que teria sido a importância de 1:600$000 Hum conto e seiscentos mil réis, arrecadados para a conclusão da obra. PEREIRA, 1968 p 58



Figura 5: foto onde estão registrados os figurantes do curato de Nossa Senhora das Dores. 1910


Criado em 1910 pelo Vigário Geral Monsenhor Alípio Odier de Oliveira, tendo sido o Padre Francisco Goulart de Souza o primeiro sacerdote que dirigiu o curato que pertencia a Paróquia de Prados. PEREIRA 1968 1979

A paróquia de Nossa Senhora das Dores foi criada em 28 de abril de 1941 pelo Arcebispo de Mariana D. Helvécio Gomes de Oliveira, tendo sido instalada em solenidade presidida pelo Cônego Otoni Carlos Rodrigues no dia 23 de julho de 1941. PEREIRA 1968 p 44


Figura 6: Matriz de Dores de Campos


Com detalhes da escadaria quando era frontal à torre e o adro, janelas, torre e portão. Observa-se que a rua onde foi construída a igreja, não havia pavimentação ou calçamento




Figura 7: Matriz com a torre
Mostrando no alto sua cruz e detalhes do adro podendo ser observado do seu lado direito havia um jardim com plantas e flores.
Anos mais tarde, a população se reuniu em mutirão para a construção da torre da igreja. Consta também que o evento foi registrado em ata simbólica com assinaturas do pároco regente e os presentes a inauguração e após, tendo sido construído um baú de madeira com revestimento em cobre e colocado em seu interior um jornal, uma moeda e uma cédula da época, foi lacrado e enterrado nas mediações da Igreja. Os padrinhos da torre quando inaugurada, foram o Dr. Silvio Júlio da Silva Tranqueira e sua esposa Emília Cândida Gonçalves Tranqueira, O casal pertencia a famílias de classe alta do Rio de Janeiro. Construiu casa de morada na Rua Nova, que mais tarde levou o seu nome Rua Dr. Silvio Tranqueira, vivia bem com sua esposa e tiveram cinco filhos e como médico, não media esforços para atender aos pacientes da região. Com o falecimento de sua esposa em 1928 procedeu ao traslado da mesma para a cidade do Rio de Janeiro onde foi alugado um vagão inteiro de um trem de ferro para que o corpo pudesse ter sido velado até o seu destino final. Segundo informações, Dr. Silvio não mais voltou à cidade de Dores de Campos e como ficou muito abatido com a perda da esposa, veio há falecer dois anos mais tarde. Uma curiosidade sobre a torre da igreja, em uma publicação sobre a história da cruz da igreja que dizia o seguinte: PEREIRA, 1968 p 66
Terminada a torre ficou faltando a cruz. Um Senhor, chamado por Chico Silva, natural do povoado e carpinteiro, apresentou-se como voluntário para fazer o serviço. Amarrando diversas escadas, até conseguir chegar a tal esfera, numa escalada difícil e perigosa, tornou-se um autêntico malabarista. Quando afinal colocou a cruz. Foi um momento emocionante em que todos se abraçaram e deram vivas ao herói.” MELO


7.3 – Da fundação a emancipação




Figura 8: Prédio da primeira sede da Prefeitura


Desde a fundação do Arraial, apesar do nome Patusca,cogitava-se o nome para Dores do Patusca, mas em virtude de se prestar uma homenagem ao benemérito por serviços prestados à comunidade e ao município, o então Deputado, Dr. João Luiz de Campos, ficou decidido o nome de Dores de Campos, pela Santa Padroeira Nossa Senhora das Dores e as características do sobrenome do deputado. RAPOSO, foto p 20
Podemos ressaltar na foto da antiga Prefeitura, do lado direito na foto, um poste de energia elétrica, a sua luminária em estilo de prato com lâmpada, um pequeno braço curvo e essa energia, fornecida pela antiga Usina do Azevedo que se situava no município de Prados e Coronel Xavier Chaves. Foto do prédio da Usina anexa.


Figura 9: foto da Usina Hidroelétrica do Azevedo


Usina Hidroelétrica situada no Rio Carandaí, planalto de Fátima, divisa dos municípios de Prados Cel. Xavier Chaves pertencente ao Azevedo que a partir do ano de 1930 passou a fornecer energia elétrica para o município de Dores de Campos. MELO


Figura 10: Consta em um livro de anotações


Registramos a foto de sua página, pertencente ao Sr. Francisco Raposo Filho, a origem do nome da cidade, quando modificado de Arraial do Patusca para Dores de Campos.



Figura 11: Imagem de Nossa Senhora das Dores


No ano de 1879 data em que chegou ao Arraial do Patusca.

7.3.1 – Enfim a água encanada

O primeiro encanamento de água potável no Arraial do Patusca, foi inaugurado em 1º de janeiro de 1899, várias torneiras públicas foram estrategicamente colocadas perto das casas residenciais nas ruas hoje denominadas, Av. Governador Valadares, Rua José Bernardino e Rua Francisco Maximiniano da Silva onde jorrava água com fartura. Às seis horas, as autoridades e população, acompanhados da Banda de Música Nossa Senhora das Dores percorreram os locais onde ficavam as torneiras, cumprindo o ritual cívico de inauguração. Havia uma comissão do Conselho Distrital em exercício, presidida pelo Major Randolfo Teixeira de Carvalho que nomeou três membros para exercerem a guarda e controle do fornecimento de água que foram; Sr. Francisco Lopes PEREIRA, Cap. Antônio Arruda de Souza e Sr. Antônio Reis Belchior. A água encanada veio a favorecer grandemente a população já que anteriormente pegavam água nos ribeirões, córregos e poços nas beiras dos brejos. PEREIRA 1968 p 62




Figura 12: Prédio da caixa d’água

Foram criada no alto do Zé Quibêbe onde a água era bombeada para esse depósito e distribuída para a parte alta da cidade, As pessoas da foto, eram alunos da professora do segundo ano de grupo, dona Francisquinha, que no local se encontravam fazendo excursão de estudos sobre o fornecimento de água do município, local hoje denominado bairro da Caixa D’agua.
Na década de 50, o Prefeito Inácio Silva, se propôs a abastecer a população da parte alta da cidade com água potável, por onde se estenderam novas ruas já que a primeira instalação não mais atendia as necessidades do município tendo em vista da sua expansão. Foi quando em 30 de janeiro de 1951, construiu novas redes de água, com captação no terreno denominado Cabeça do Nego, e a forma utilizada para o abastecimento era feita por bombeamento em virtude do desnível em que se situava a caixa d’agua no alto do Zé Quibêbe, essa que se vê na foto, onde pôde abastecer toda a cidade com água potável de boa qualidade. Todo esse serviço foi administrado e dirigido pelo Eng. Sr. Francisco de Castro. PEREIRA 1968 p 62/63.

Sede atual da Prefeitura Municipal de Dores de Campos
v


Figura 13: Prédio próprio onde funciona a sede da atual Prefeitura Municipal de Dores de Campos

7.3.2 – E o Progresso começou
Queremos registrar a atuação de um cidadão dorense, Sr. Randolfo Teixeira de Carvalho, nascido na fazenda do Macau município de Dores de Campos no ano de 1855 e faleceu nesta cidade que sempre residiu no ano de 1917 aos 62 anos de idade. Filho de Vicente Teixeira de Carvalho e Sra. Ana Carolina de Sena, que por seu patriotismo e esforço, obteve para o distrito: Criação da Agência dos Correios; A elevação do antigo Arraial do Patusca à categoria de Distrito, com a denominação atual de Dores de Campos; A criação de duas escolas públicas; estaduais, uma para o sexo masculino e outra para o sexo feminino; A água potável canalizada instalada em 1899; E a criação do grupo escolar que teve o seu nome, Grupo Escolar Randolfo Teixeira, atualmente denominado Escola Municipal Randolfo Teixeira. PEREIRA 1968 p 66

7.4 – Emancipações de Dores de Campos



Figura 14: Foto da festa da Emancipação Política de Dores de Campos


Em data de 1939, na atual Avenida Governador Valadares, a festa da emancipação, simbolizada com o Arco do Triunfo.

Com a expansão do município, houve a ideia da sua emancipação e o Sr. Ildefonso Augusto da Silva, juntamente com o Deputado João Luiz de Campos sendo Governador do Estado de Minas Gerais, o Sr. Benedito Valadares Ribeiro, trabalharam nesse sentido, e em 17 de dezembro de 1928 foi decretada a Emancipação Política da cidade onde ficou oficializado o nome de Dores de Campos, e em 01 de janeiro de 1929 foi a festa da Emancipação. O Prefeito Ildefonso Silva, foi dos que mais lutaram para a criação do Município de Dores de Campos, nomeado primeiro Prefeito do município, presidiu a solenidade da instalação e emancipação de Dores de Campos, nasceu em 1879 e veio a falecer no ano de 1953. Governou de primeiro de janeiro de 1939 a 15 de abril de 1945. Na sua administração como Prefeito, adquiriu o prédio onde funcionaria a prefeitura. Construiu a rodovia Dores de Campos Barroso, o matadouro municipal, assim como outras obras na sua gestão como Prefeito. PEREIRA, 1968 p 45, 46, 47, 48

7.4.1 Primeiro Prefeito do Município



Figura 15: Foto do Prefeito Ildefonso Augusto da Silva


Nomeado o primeiro Prefeito do Município de Dores de Campos


7.5 – Criação de um Clube Social e Desportivo


Figura 16: Fotos da sede social do Dorense Clube


Na foto de cima a sede ainda em construção e no prédio da foto abaixo a sede do clube já construída

Desde o ano de 1914, Dores de Campos conta com um Clube Social, fundado em 12 de outubro daquele ano sendo seus idealizadores e fundadores, Sr. Sebastião da Silva Malta, Sr. José Virgolino Neto, Sr. José da Silva Mineiro, Sr. Francisco Virgolino Malta, estudantes na época, criaram o Clube exclusivamente desportivo perdurando essa situação até 1920 sendo que a partir dessa data, passou a funcionar também na parte social, onde promovia grandes bailes e festas de gala, destacando-se bailes carnavalescos com desfiles do clube pelas avenidas da cidade, acompanhado de banda executando marchinhas carnavalescas da época. Até então, o Clube funcionava em galpões alugados e em 1960 construiu sede própria no centro da cidade, à Av. Governador Valadares nº 56, como pode ser observado pelas fotos acima onde a primeira se destaca a sede em obra e a segunda com sua obra já concluída. Queremos registrar a banda que tocava nos bailes carnavalescos na sede do Clube e acompanhava os desfiles carnavalescos do Dorense Clube, era composta por músicos pertencentes à Banda de Música Lira Nossa Senhora das Dores, que contratados pela diretoria daquela entidade, recebiam uma remuneração para essa participação. PEREIRA 1968 p 76, 77



Figura 17: Foto de um baile de carnaval e respectiva orquestra


Formada por músicos que abrilhantavam os bailes carnavalescos e desfiles do Dorense Clube em 1950, os quais pertenciam ao quadro de participantes da Lira Nossa Senhora das Dores.


Figura 18: Campo do Dorense na atualidade


À esquerda está registrado o campo de futebol e a piscina do clube e a direita a foto dos jogadores de futebol.

8 - TROPEIRISMO DORENSE






Figura 19: Foto de Tropeiros Dorenses arranchados em uma fazenda da sua rota de viajem.
Conforme narra o Sr. José Vicente Praxedes em seu livro A Saga dos Tropeiros da Terra da Figueira Encantada, onde conta sobre a origem do povoado sobre o moirão do curral de uma fazenda nascia uma pequena Árvore que aos poucos se transformou em uma bela figueira, e que em torno dessa gigantesca árvore foi se formando um povoado que mais tarde seria conhecido como o pequeno Povoado do Patusca. Haviam duas saídas, uma pelo morro do Catete que dava saída para Barroso, Barbacena e região e outra saída do lado oposto que era conhecida como Água Debaixo da Terra, Mourão e Lourenço que ligava a cidade de Prados e região. A tese do Livro em referência foi escrita baseada na vida do seu avô Sr. Duquinha, que é filho do Sr. Joaquim Teixeira do Nascimento apelidado de Quinzinho Jaleco, que por sua vez também é meu avô paterno. Os tropeiros de forma geral adotavam o mesmo sistema de marchas, primeira marcha, segunda marcha e assim sucessivamente até o destino final de sua jornada e se designava destino final. Acontecia muitas das vezes, alguma encomenda de mercadoria por fregueses que tinha necessidade, onde ocorria o pedido aos fornecedores que despachavam via Estrada de Ferro. Quando toda a mercadoria carregada nos balaios eram todas vendidas e posteriormente com o retorno aonde vinham cumprindo a mesma rota, arrecadando o dinheiro produto do comércio das vendas que por ventura haviam ficado sem receber até a cidade de origem. Esse significado de marchas refere-se aos pontos desde a partida na rotina diária da viagem até a primeira parada do dia, o que significava uma marcha, e assim sucessivamente durante todo o percurso da viajem. Temos a esclarecer que os tropeiros viajantes, foram grandes propulsores do desenvolvimento do Arraial do Patusca e cidade de Dores de Campos, desbravando regiões levando mercadorias artesanais, arreios e seus pertences que eram usados em muares para transporte de pessoas, animais de sela, como assim eram chamados e animais de carga que era o caso dos tropeiros. Com o surgimento das estradas pavimentadas esse procedimento de tropas foi abolido na década de 80, mas permanece o comércio e venda de arreios, miudezas, botinas, aventais e luvas manufaturados na cidade de Dores de Campos só que em escala bem maior, principalmente aquele que é chamado material de segurança, confeccionados pela Marluvas, indústria de grande potencial nesse ramo lotada no município de Dores de Campos. PRAXEDES p 31, 32



Figura 20: Tropa de carga


Lotada com cinco animais de carga e um animal de sela, com arreata para montaria. Observe no peito do animal da guia, um peitoral de sinserros nome que era dado a esses guizos que batiam enquanto o animal andava conduzindo os demais na trilha.


Figura 21: Tropa de carga
Essa tropa, conta com nove animais arreados para carga e um animal arreado para montaria.


Figura 22: Mulas de Sela e mulas de carga


Quando em viagem, os tropeiros primeiro da esquerda, Lade e Osvaldo Elias, Ede do Baianinho na montaria e Quinca do Baianinho agachado, na cidade de Aparebé RJ no ano de 1955.

9 - A FIGUEIRA ENCANTADA




Figura 23: Figueira no auge do seu esplendor


Em seu livro, Na Terra da Figueira Encantada: História de Dores de Campos, com prefácio de Malba Tahan, o autor José Lopes PEREIRA, narra sua experiência vivida na pequena Dores de Campos, sobre aspectos de cada detalhe das selarias que muito contribuíram para o desenvolvimento local. No surgimento do Arraial no século XVIII quando os Bandeirantes à procura de ouro nas Minas Gerais assinalaram sua passagem em nossa região com a fundação de São João del-Rei, Tiradentes e Prados, não estacionando na região Dorense pela inexistência do ouro de Aluvião que aflorava nas outras partes. Narra o Sr. José Lopes, que a cidade foi assentada no chamado Pasto do Corredor onde primitivamente as casas foram construídas em taipa marcando o início do Arraial do Patusca. Foi criado na atualidade, o Hino de Dores de Campos, com letra de Paulo Terra e música de Paulo Eustáquio do Nascimento, onde fazemos um relato sucinto em um outro trecho onde tratamos da parte da Banda e seus músicos notáveis.
Existem duas versões contadas sobre a figueira, sendo que a primeira revela que no tempo da escravatura, foi fincado no local, um tronco de madeira que era utilizado pelos senhores coronéis, para amarrar escravos para os castigos e açoites e esse tronco no passar do tempo veio a brotar e despontou uma figueira que com o passar dos anos se tornou muito grande e frondosa. PRAXEDES, p 11
A segunda versão, um pouco idêntica à primeira, contam a estória de um esteio de madeira, para amarrar cavalos foi fincado no centro de um curral no local e com o tempo veio a brotar e o seu feitio é o de um guarda chuva pelo moirão ter sido plantado invertido, de ponta cabeça, despontando a figueira que foi considerada até a sua morte como a figueira encantada. PEREIRA 1968 p 70
Com pesar deixamos registrado através de fotos, a decadência da Figueira Encantada até a sua morte.


Figura 24: foto da Figueira decadente pode ser observado pelos galhos já sem folhas e morrendo.


Figura 25: foto do tronco da Figueira morta tirada em 2015


Na foto acima, onde pode ser observada a ausência dos galhos que foram decapitados na sua totalidade restando somente o tronco sem vida.



10– HISTÓRIA DA BANDA




Figura 26: Foto da Primeira Banda com o nome de Corporação Musical Nossa Senhora das Dores

Fundada em 1875, século XIX, pelo Sr. Agostinho Silva a Banda de Música Lira Nossa Senhora das Dores, vem atuando ininterruptamente exercendo em toda a sua existência seu legado junto à comunidade dorense com abrilhantamento de festas cíveis, religiosas e familiares até a atualidade, na cidade de Dores de Campos, seus distritos e também em cidades circunvizinhas. O seu fundador, Sr, Agostinho Silva, era neto do fundador do Arraial e filho do Sr. Antônio da Silva Sena. Nasceu no então Arraial do Patusca, em onze de julho de 1851, e o seu falecimento ocorreu em 30 de dezembro de 1924. Aprendeu música em Prados com o Sr. Francisco Augusto Teixeira da Fonseca e Mestre Lau. Abriu uma escolinha de música em sua residência, e no ano de 1875 fundou a Banda de Música denominando-a com o nome de Corporação Musical Nossa Senhora das Dores em virtude da padroeira do Arraial. Mais tarde passou a chamar-se Lira Nossa Senhora das Dores. Foram participantes integrantes da banda quando da sua fundação, além do seu fundador regente, os seguintes músicos como listado abaixo. (VALE 2000)
Francisco da Silva Sena
Antônio Francisco
Joaquim Justino da Silva
João Francisco da Silva
Teófilo Teixeira de Carvalho
Astolfo Teixeira de Carvalho
Lourival Teixeira de Carvalho
Pedro Teixeira da Silva
Belini José da Silva
José Justino Filho
José Carlos da Silva
Antônio José da Silva
Randolfo Augusto da Silva
Juvenal Augusto da Silva

Não foi possível associar os instrumentos aos nomes, mas sabe-se que a Banda era dotada de clarineta, trompete, trombone, bombardão, bombardino, sax-horn e observamos um instrumento que na atualidade é considerado fora de uso, que tem o nome de Ophicleide, constatamos pela foto dois deles na Banda recém fundada.
O repertório apesar da sua amplitude e diversidade musical, encontrando gêneros como, valsas, dobrados, overtures, marchas fúnebres e festivas, polcas, hinos religiosos, fantasias etc. peças bem aceitas pelos observadores antigos. Pode-se destacar na história da Banda, o nome de Teófilo Teixeira de Carvalho pela sua facilidade em compor. Fazemos menção em três marchas fúnebres de sua autoria que são: Teófilo Teixeira, Antônio Sena e Antônio Francisco, assim como diversas outras peças que foram perdidas no tempo quando de sua ida para a cidade de Ewbank da Câmara e mais tarde para Juiz de Fora, vindo a falecer em seguida, já em idade avançada nessa última cidade. Observa-se nas ultimas décadas do século XX e durante o século XXI, em circunstâncias da modernidade, o repertório tradicional vem sendo substituído e vem sendo incluído quase no seu todo, tipos de música como popular, com solos vocais, o que não existia na época da sua fundação, modificando os padrões antigos das músicas instrumentais e orquestradas e seus arranjos próprios daqueles tempos, que poderiam ainda ser admirados na atualidade.




Figura 27: Foto do Sr. Agostinho Silva

Primeiro regente e também o fundador da Banda de Música Nossa Senhora das Dores e da Orquestra.

O senhor Agostinho Silva foto acima, além de fundador, foi o primeiro maestro da Banda. O segundo foi Pedro Teixeira da Silva, ao qual se seguiram, Salatiel Rodrigues de Melo, Joaquim Marçal da Silva, Pedro Marques de Melo, Antônio Roque Filho, e José da Silva, que exerceu a função por um período de dezesseis anos, foi o responsável pela construção da sede da Banda, como também mantinha a escolinha. Repassou então o cargo ao atual maestro, o professor José Tarcísio que deu continuidade a escolinha de música, e vem mantendo aulas diárias, gratuitamente, com o intuito da manutenção do corpo de músicos componentes da organização.
Agostinho Silva, além de músico, exerceu durante longos anos a função de farmacêutico com grande desprendimento. Além da Corporação Musical fundou também a primeira orquestra, aproveitando músicos da banda e outros participantes sem ligação direta ao movimento musical, jovens do sexo masculino e feminino que chagavam no local, entusiasmavam-se com o movimento e passavam a participar da orquestra. Por fatos narrados, a orquestra tinha sua participação em peças teatrais que eram apresentadas por um grêmio teatral de amadores, criado em 1892 pelos senhores, Major Randolfo Teixeira de Carvalho, Capitão Antônio Arruda de Souza, Sr. Pedro Teixeira da Silva, Antônio Teixeira da Silva Malta e Francisco Arruda de Souza. PEREIRA 1968 p 51, 52, 59, 60
Ressaltamos também, o nome do tubista Antônio Roque de Melo, natural de Prados MG, filho do Sr. Joaquim Rodrigues de Melo e dona Maria José de Melo, nascido em 1848 e falecido em 1930. Músico renomado era classificado entre os beneméritos do Arraial, não somente por suas atividades musicais, mas também por ser prático em medicina, estudioso exerceu a função como médico durante 40 anos aproximadamente. Por esses serviços quase não era remunerado, tanto que viveu na pobreza. Exercia também as atividades de Juiz de Paz, prova da dedicação e amizade que o povo lhe dedicava. PEREIRA 1968 p 52

Antes da construção da sede da Lira, por iniciativa do Coronel José Justino da Silva, teve sua sede provisória que destinou um imóvel para essa função que se chamou “Casa da Prova” o qual a Banda permaneceu por algum tempo. A banda ficou também lotada no prédio debaixo da casa do Sr. Punilha que também era músico da banda tocando o Sax-Horn. No prédio funcionava o hotel da cidade pertencente a sua esposa dona Zezé do Punilha e a Banda fazia seus ensaios no porão, na parte de baixo do hotel. Funcionou também como sede fazendo seus ensaios, no prédio onde foi a casa do Sr. Horácio Teixeira Malta tabelião na cidade e posteriormente veio a funcionar seu cartório PEREIRA1968 p 51, 52.
Na atualidade, a banda conta com sede própria construída no ano de 1958 na Rua Dr. Silvio Tranqueira nr. 59, graças aos esforços do maestro José da Silva que muito lutou para esse intento. O Sr. José da Silva Nasceu em Dores de Campos no dia 05 de março de 1899 filho de Cristiano José da Silva. e de dona Maria José da Silva, trabalhou como alfaiate até o ano de 1940, quando ingressou no serviço público estadual, aonde chegou a ser escrivão na coletoria estadual de Minas Gerais, na cidade de Dores de Campos, aonde veio a casar-se com a dona Maria Dalila da Silva, adquiriu família e faleceu em 25 de dezembro do ano de 1976, aos 77 anos de idade. Abaixo, foto do Sr. José da Silva.


Figura 28: Maestro José da Silva


Na foto acima, onde registramos uma apresentação da Lira Nossa Senhora das Dores em um encontro de bandas na cidade de São João del-Rei no ano de 1959, o maestro José da Silva, recebe o troféu de participação das mãos de uma cidadã Sanjoanense. Consta dessa mesma foto, três músicos participantes da banda que são; primeiro da direita, Carlos Roberto Goulart, Antônio Marcelino Pinto e João Batista Marques.
José Tarcísio, carinhosamente apelidado por Tinôca, nasceu em Dores de Campos, em 23 de junho de 1935, filho de Joaquim Teixeira do Nascimento e de Maria Goulart, aprendeu música com o Sr. Boanerges Pereira, e aos nove anos de idade ingressou na Lira como trombonista, sendo que por força de circunstâncias veio a tocar trompete algum tempo depois para reforço da bancada de trompetes e também passou a tocar sax alto uma vez não haver mais necessidades da sua interferência como trompetista. Assumiu como segundo regente por algum tempo enquanto o Sr. José da Silva ainda permanecia no cargo da regência, o que em seguida ao afastamento do mesmo, assumiu definitivamente a regência e a escolinha de música da banda, o que vem exercendo ininterruptamente até a atualidade. Trabalhou como seleiro por vários anos na firma do Sr, Altivo Filgueiras Moncorvo de Dores de Campos e em 1973, ingressou na Marluvas, empresa também de Dores de Campos como gerente dessa firma e permaneceu nesse cargo até 1991, data em que o mesmo se aposentou.


Em 10 de outubro de 1879, a Banda de Música Lira Nossa Senhora das Dores, partiu em excursão com destino a Zona da Mata levando seus instrumentos e um repertório vastíssimo de peças de alto nível para apresentações, onde fazia retretas pelas cidades daquela região como sendo, Barbacena, Alto Rio Doce, com a finalidade de angariar fundos para as obras da igreja e em 30 de outubro do mesmo ano regressaram portando a importância de 1:600$000 – hum conto e seiscentos mil reis que foram revertidos à igreja, onde puderam dar andamento ao término das obras. PEREIRA 1968 p 58, 59, 60

Figura 28: Maestro José da Silva


Na foto acima, onde registramos uma apresentação da Lira Nossa Senhora das Dores em um encontro de bandas na cidade de São João del-Rei no ano de 1959, o maestro José da Silva, recebe o troféu de participação das mãos de uma cidadã Sanjoanense. Consta dessa mesma foto, três músicos participantes da banda que são; primeiro da direita, Carlos Roberto Goulart, Antônio Marcelino Pinto e João Batista Marques.
José Tarcísio, carinhosamente apelidado por Tinôca, nasceu em Dores de Campos, em 23 de junho de 1935, filho de Joaquim Teixeira do Nascimento e de Maria Goulart, aprendeu música com o Sr. Boanerges Pereira, e aos nove anos de idade ingressou na Lira como trombonista, sendo que por força de circunstâncias veio a tocar trompete algum tempo depois para reforço da bancada de trompetes e também passou a tocar sax alto uma vez não haver mais necessidades da sua interferência como trompetista. Assumiu como segundo regente por algum tempo enquanto o Sr. José da Silva ainda permanecia no cargo da regência, o que em seguida ao afastamento do mesmo, assumiu definitivamente a regência e a escolinha de música da banda, o que vem exercendo ininterruptamente até a atualidade. Trabalhou como seleiro por vários anos na firma do Sr, Altivo Filgueiras Moncorvo de Dores de Campos e em 1973, ingressou na Marluvas, empresa também de Dores de Campos como gerente dessa firma e permaneceu nesse cargo até 1991, data em que o mesmo se aposentou.


Em 10 de outubro de 1879, a Banda de Música Lira Nossa Senhora das Dores, partiu em excursão com destino a Zona da Mata levando seus instrumentos e um repertório vastíssimo de peças de alto nível para apresentações, onde fazia retretas pelas cidades daquela região como sendo, Barbacena, Alto Rio Doce, com a finalidade de angariar fundos para as obras da igreja e em 30 de outubro do mesmo ano regressaram portando a importância de 1:600$000 – hum conto e seiscentos mil reis que foram revertidos à igreja, onde puderam dar andamento ao término das obras. PEREIRA 1968 p 58, 59, 60


Figura 29: Foto da atual sede da Banda de Música Lira Nossa Senhora das Dores

Rua Dr. Silvio Tranqueira nº 59 onde consta na foto os músicos do quadro atual da Lira com seus respectivos instrumentos. Estão presentes também na foto, alguns cidadãos que não pertencem ao quadro de músicos, assim como ressaltamos a presença do presidente da Lira, na foto o primeiro da esquerda, Sr. Clauder Antônio Malta e do lado oposto a figura do regente José Tarcísio.


10. A  Diretoria da Banda


A Lira atualmente, conta com uma diretoria eleita através de escrutínio secreto por seus sócios artistas e sócios contribuintes como segue:

Claudêr Antônio Malta
Presidente
João Nivaldo Moreira
Vice- Presidente
José Ricardo dos Reis
1º Tesoureiro
José Antônio Campos Pires
2º Tesoureiro
Ana Lucia da Silva Malta
1ª Secretária
Luciano Jesus Eduardo da Silva
2º Secretário
José Tarcisio
1º Maestro
Raimundo Laerte Goulart
2º Maestro
Paula Maria do Nascimento Moreira
Licitações
Ulisses Schineider Goulart
Arquivista

10. B Componentes da Banda


Fazem parte como músicos artistas integrantes do quadro de músicos da Banda, os seguintes participantes:

Alvaro Henrique Silva Malta

Trompete
Ariadne Cardinalle Silva Malta

Clarinete
Ulisses Schneider Goulart

Bateria
Guilherme José da Silva Senna

Clarinete
Carlos Alberto da Silva Ferraz

Trompete
Delci José de Assis

Trompete
Deivid Francisco da Silva

Sax Baritono
Rosberg Jesus do Patrocinio

Clarinete
Sergio Leonel Lima

Baixo Tuba
Aloisio de Assis

Clarinete
Gilmar Aparecido Tarcisio

Sax Baixo
José Maria Coimbra

Percussão
Raimundo Laert Goulart

Trombone
Luiz Claudio Belo da Silva

Clarinete
Maykon Douglas da Silva

Baixo Tuba
Charles José Tadeu

Trombone
Vander Geraldo de Paula

Trompete
José Ricardo Cardoso

Trombone
Helder Lellis Goulart

Trombone
Wellington Ferreira Neri

Trombone
Amaraline Franciane Neri

Clarinete
Fabiula Aparecida da Silva

Clarinete
Luciano Belchior

Sax Tenor
Nathanael Antônio dos Santos

Trompete
José Tarcisio

MAESTRO
Janice de Fatima Tarcisio Moreira

Sax Baixo
Adriano José Pinto

Percussão
Adrian Lucas do Livramento

Clarinete
Juliete Maria Tarcisio Moreira

Clarinete
Eduardo Henrique Aliane

Baixo Tuba
Marcio Luiz da Silva

Clarinete
Gilson Magela Tarcisio

Trompete
Júlio Cesar da Silva

Bombardino
Geraldo Tarcisio Pinto

Baixo Tuba
Adriana da Fonseca

Sax Tenor
Daiker Fernandes da Silva

Trompete
Rodrigo Maurilio Ferreira

Trombone
Andre Teixeira das Chagas

Trombone
Carlos Roberto Goulart Trombone


Figura 29: Foto da atual sede da Banda de Música Lira Nossa Senhora das Dores

Rua Dr. Silvio Tranqueira nº 59 onde consta na foto os músicos do quadro atual da Lira com seus respectivos instrumentos. Estão presentes também na foto, alguns cidadãos que não pertencem ao quadro de músicos, assim como ressaltamos a presença do presidente da Lira, na foto o primeiro da esquerda, Sr. Clauder Antônio Malta e do lado oposto a figura do regente José Tarcísio.


10. A Diretoria da Banda


A Lira atualmente, conta com uma diretoria eleita através de escrutínio secreto por seus sócios artistas e sócios contribuintes como segue:

Claudêr Antônio Malta
Presidente
João Nivaldo Moreira
Vice- Presidente
José Ricardo dos Reis
1º Tesoureiro
José Antônio Campos Pires
2º Tesoureiro
Ana Lucia da Silva Malta
1ª Secretária
Luciano Jesus Eduardo da Silva
2º Secretário
José Tarcisio
1º Maestro
Raimundo Laerte Goulart
2º Maestro
Paula Maria do Nascimento Moreira
Licitações
Ulisses Schineider Goulart
Arquivista

10. B Componentes da Banda


Fazem parte como músicos artistas integrantes do quadro de músicos da Banda, os seguintes participantes:

Alvaro Henrique Silva Malta

Trompete
Ariadne Cardinalle Silva Malta

Clarinete
Ulisses Schneider Goulart

Bateria
Guilherme José da Silva Senna

Clarinete
Carlos Alberto da Silva Ferraz

Trompete
Delci José de Assis

Trompete
Deivid Francisco da Silva

Sax Baritono
Rosberg Jesus do Patrocinio

Clarinete
Sergio Leonel Lima

Baixo Tuba
Aloisio de Assis

Clarinete
Gilmar Aparecido Tarcisio

Sax Baixo
José Maria Coimbra

Percussão
Raimundo Laert Goulart

Trombone
Luiz Claudio Belo da Silva

Clarinete
Maykon Douglas da Silva

Baixo Tuba
Charles José Tadeu

Trombone
Vander Geraldo de Paula

Trompete
José Ricardo Cardoso

Trombone
Helder Lellis Goulart

Trombone
Wellington Ferreira Neri

Trombone
Amaraline Franciane Neri

Clarinete
Fabiula Aparecida da Silva

Clarinete
Luciano Belchior

Sax Tenor
Nathanael Antônio dos Santos

Trompete
José Tarcisio

MAESTRO
Janice de Fatima Tarcisio Moreira

Sax Baixo
Adriano José Pinto

Percussão
Adrian Lucas do Livramento

Clarinete
Juliete Maria Tarcisio Moreira

Clarinete
Eduardo Henrique Aliane

Baixo Tuba
Marcio Luiz da Silva

Clarinete
Gilson Magela Tarcisio

Trompete
Júlio Cesar da Silva

Bombardino
Geraldo Tarcisio Pinto

Baixo Tuba
Adriana da Fonseca

Sax Tenor
Daiker Fernandes da Silva

Trompete
Rodrigo Maurilio Ferreira

Trombone
Andre Teixeira das Chagas

Trombone
Carlos Roberto Goulart Trombone


Figura 30: Banda de Carnaval


A foto acima caracteriza uma banda de carnaval na década de 60 onde os músicos participantes eram integrantes do quadro da Lira Nossa Senhora das Dores. Podemos citar da esquerda para a direita a relação dos músicos, Os demais participantes na foto não listados, são foliões que desfrutavam da música para se divertirem.

Vivaldi Silva – Trompete
José Paulino – Trompete
Geraldo Alberico da Silva – Trombone
Francisco Alberico da Silva – Trombone
José Tarcísio – Trompete
Francisco Elias (Chiquinho )– Caixa clara
Joaquim Pinheiro da Silva (Bebém) – Caixa clara
João Batista Maques - Clarinete



Figura 31: Orquestra de Danças

Podemos afirmar categoricamente que a Banda de música Lira Nossa Senhora das Dores, muito contribuiu para o desenvolvimento musical e cultural de Dores de Campos e essa influência musical gerou a criação de uma Orquestra de Danças com músicos oriundos da banda conforme consta na foto acima, e podemos caracterizar os músicos como segue em ordem de formação. Da esquerda para a direita na relação abaixo: Essa orquestra de danças abrilhantou bailes durante vários anos, tanto na cidade de Dores de Campos, como também em outras cidades que são: Barroso, São João Del-Rei, Madre de Deus de Minas, São Vicente de Minas, Andrelândia, Mindurí, Divinópolis, Prados, Barbacena, Carandaí, Rio Claro-RJ e etc. Essa Orquestra denominada como Orquestra de Danças Amantes do Ritmo, foi criada pelo Sr. José Tarcísio no ano de 1958 e teve duração ativa com freqüência em bailes até o ano de 1990. Vemos na foto da esquerda para a direita como segue:
Raimundo Laerte Goulart – sax tenor
Jorge Goulart – sax alto
José Tarcísio – sax alto
Sebastião Goulart do Nascimento – contra baixo de corda
Antônio Helvécio do Nascimento – trombone
Carlos Roberto Goulart – trombone
Delci José de Assis – trompete
Paulo Eustáquio do Nascimento – trompete
José Alves – percussão
Edson dos Santos – percussão
Dácio Silva – percussão
Valdir da Silva Quinim – percussão


Figura 32: Foto da Lira Nossa Senhora das Dores ano de 1900


Caracterizada na primeira década de 1900, listamos, cada músico com sua identificação e seus respectivos instrumentos. Presume-se que pela formação desta banda, nota-se que os músicos estão uniformizados seja a sequência da primeira banda conforme a foto no início desse trabalho.

01 – Aníbal Santos – Clarinete
02 – José Rociclino – Barítono
03 – Joaquim Adélio – Tuba cafeteira Bb
04 – Joaquim Firmino – Clarinete
05 – José Inácio – Bombo
06 – Joaquim Monaia – Trombone
07 – Flávio Lindolfo Pinto – Tarol/caixa clara
08 – Estácio Silva – Sax-horn
09 – Próspero Antônio dos Santos (Pelonha) – Pratos
10 – Antônio Alberico (Toniquinho) – Clarinete
11 – Francisco Roque de Melo (Chico Roque) – Tuba cafeteira Eb
12 – José Emídio (Punilha) – Sax-horn
13 – José Augusto da Silva (Vital) – Clarinete
14 – Joaquim Marçal da Silva – Piston
15 – José Brasilino da Silva (Jorge do Quincas) – de terno
16 – Antônio Rodrigues de Melo –
17 – Antônio Nascimento (Paisano)
18 – Teófilo Augusto da Silva – Piston



Figura 33: Lira Nossa Senhora das Dores década de 10

Na foto apresentada acima, que caracteriza ter sido tirada na década de 10 do século XX, destacamos alguns musicistas com instrumentos musicais típicos aos de banda, ou seja, duas clarinetas na primeira fila e uma requinta, ainda na primeira fila dois instrumentos característicos a trombones, mas pelo calibre dos mesmos tinham o som de trompetes que eram denominados piston. De pé na segunda fila podemos observar o Sr. Joaquim Marçal da Silva com seu piston, e três instrumentistas empunhando barítonos ou bombardinos e nessa mesma fila o Sr. Antônio Roque de Melo com uma tuba cafeteira, nome que era dado a esse instrumento, onde ainda não existia o chamado tuba souzafone, da mesma família de instrumentos só que adaptado uma campana grande. Na terceira e última fila, tem um percussionista, Flávio Lindolfo Pinto, empunhando uma caixa clara e três músicos aparentando pouca idade com seus instrumentos denominados sax-horn vulgarmente chamados de chiquinhas.



Figura 34: Lira Nossa Senhora das Dores década de 20


Na foto acima com data de 1928, os três em pé da direita, identificamos como sendo, Pedro Marques, barítono ou bombardino, Antônio Alberico da Silva, trompete e José da Silva, tuba cafeteira, constatamos três clarinetas, dois sax-horn e uma outra tuba cafeteira e do seu lado Flávio Lindolfo Pinto, pratos. Os demais, lamentavelmente, não conseguimos elementos para a identificação. Pode ser observado, como nas demais fotos da Lira, a presença de pessoas não pertencentes ao quadro de músicos da banda, o que se tornou muito comum, sempre alguém que assistia tocatas ou até mesmo a corporação estivesse tirando fotos para o registro de alguma atividade havia essa manifestação de interesse em participar da fotografia.



Figura 35: Lira Nossa Senhora das Dores década de 40


Esta foto acima, já com os participantes todos por mim reconhecidos e identificados por constar da banda na década de 1940, são eles e seus devidos instrumentos listados abaixo: primeiro da esquerda agachado; Existem outros elementos na foto, mas não eram participantes no quadro de músicos da banda, portanto deixamos de mencionar pela falta de necessidade de o fazer bem como não conseguimos identificar todos.

Valto Marques – Bombardino
Ernane Silva – bombardino
José Tarcísio – trombone
Silvio Gurita – sax-horn
Jacú Gurita – sax-horn
José Sergio da Fonseca - barítono
Carnô do Birró – trompete
Vivaldi Silva – trompete
Mário Martins – clarinete
Lucas – clarinete
João Batista Marques – clarinete
Marcio José da Silva - clarinete
Flávio Lindolfo Pinto - prato
Geraldo Rodrigues (Feitiço) – bombo
Lindolfo Rodrigues – caixa
José da Silva – tuba e regência



Figura 36: Lira Nossa Senhora das Dores na década de 50.
Nesta foto, tirada em frente a sua sede na Rua Dr. Silvio Tranqueira na década de 50 registramos os componentes da banda que passamos a listar: assentados primeiro da esquerda:
José Tarcísio – trompete
Antônio Helvécio do Nascimento – trompete
Paulo Eustáquio do Nascimento – trompete
José da Silva – regente
João Batista Marques – clarinete
Expedito Marivaldo Pereira – clarinete
Vivaldi Silva – requinta
Em pé
Antônio Rodrigues – bombo
Geraldo Silva – caixa
Flávio Lindolfo Pinto – pratos
José Gomes – caixa clara
Pedro Idalino – sax-horn
Sebastião Goulart do Nascimento – sax-norn
Nelson de Assis Filho – trombone
Raimundo Laerte Goulart – trombone
Valto Marques – bombardino
Ivo Olímpio – tuba

Figura 37: Lira Nossa Senhora das Dores na década de 60


Nesta foto, tirada na década de 1960 onde mostra os regentes Sr. José da Silva e José Tarcísio já em exercício de suas funções, em uma retreta em Dores de Campos na Av. Governador Valadares, do qual listamos os músicos e seus respectivos instrumentos. Deixamos de registrar na relação de músicos, os nomes de muitos deles em virtude de não estarem aparecendo de forma legível sua figura na foto, da esquerda p/direita.

Jésus da Sinhana – clarinete
José Freustáquio – clarinete
João Floriano Milagres – clarinete
Vivaldi Silva – requinta
Sebastião Goulart do Nascimento – sax horn
Jésus Milagre – trompete
Raimundo Laerte Goulart – trombone
José Valter Calsavara – trompete
Dácio Silva – trombone
Delci José de Assis – trompete
Paulo Eustáquio do Nascimento – trompete
Ivo Olímpio – tuba
Edson dos Santos – caixa clara
Geraldo Silva – caixa
Antônio Marcelino Pinto - tuba


Figura 38: Foto da Lira na década de 60


Nesta foto da década de 1960 temos a Lira em formação para tocata em mais uma festa religiosa na cidade de Dores de Campos, que presumimos seja festa da Padroeira, Nossa Senhora das Dores no dia 15 de setembro, sob a regência do Sr. José da Silva. Queremos ressaltar as três figuras do lado direito da foto, o primeiro, Francisco Raposo Filho, ex-presidente da banda, Sr. Inácio Silva, ex-prefeito da cidade e Sr. João Ferreira Filho, ex-prefeito de Dores de Campos e ex-presidente da Lira Nossa Senhora das Dores. Abaixo relacionamos os músicos componentes da banda, na foto e respectivos instrumentos.

José da Silva – regente
Ivo Olímpio – tuba
Antônio Helvécio do Nascimento – trombone
Raimundo Laerte Goulart – trombone
Antônio Marcelino Pinto – tuba
Nelson de Assis Filho – trombone
Antônio Machado – trombone
José Valter Calsavara – trompete
Antônio Mauro da Silva – trompete
Geraldo Alberico da Silva – bombardino
Paulo Eustáquio do Nascimento – trompete
Edson dos Santos – caixa clara
Marcio José da Silva – clarinete
Antônio Benedito – trompete
João Floriano Milagres – clarinete
José Tarcísio – sax alto
José Maria Coimbra – caixa clara
Flávio Lindolfo Pinto – pratos.



Figura 39: Músicos da Lira Nossa Senhora das Dores

Nesta foto, destacamos músicos da Lira dentro da igreja assistindo a solenidade de comemoração da festa da Padroeira Nossa Senhora das Dores em data de 15 de setembro, aguardando a saída da procissão. Em destaque de terno preto, Inácio Silva, ex-prefeito de Dores de Campos e ex-presidente da Lira, ao seu lado Francisco Raposo Filho, ex-presidente da Lira, o primeiro com a batuta em punho temos o regente José da Silva.

Vivaldi Silva – requinta
José Tarcísio – sax alto
Geraldo Silva – caixa
Nelson de Assis Filho – trombone
Sebastião Goulart do Nascimento – sax horn
Antônio Machado – trombone
José Valter Calsavara – trompete
Geraldo Alberico da Silva – bombardino
Raimundo Laerte Goulart – trombone
Jésus Milagre – trompete
Antônio Helvécio do Nascimento – trombone



Figura 40: Lira Nossa Senhora das Dores na década de 70.


Nesta foto acima, deixamos registrado o momento em que a Lira tocava em uma procissão da padroeira de Dores de Campos Nossa Senhora das Dores no dia 15 de setembro de 1972, sob a regência do Sr. José da Silva






Figura 41: Lira Nossa Senhora das Dores década de 70



Nesta foto, tirada na década de 70, registramos o ex-presidente Sr. Joaquim Arcoverde da Silva de terno preto à esquerda, e do lado direito, o presidente da banda, Francisco Raposo Filho, e os demais componentes, com suas respectivas identificações: Assentados:

Geraldo Albericoda Silva – bombardino
José Freustáquio – clarinete
Márcio José da Silva – clarinete
Joaci Neto – clarinete
Otávio Custódio de Paula– clarinete
João Floriano – clarinete
Vivaldi Silva – requinta (segunda fila)
Ovídio José Rodrigues – trompete
Tarcísio Milagres – trompete
Geraldo Tarcísio Pinto - trompete
Paulo Assis – trompete
Gilson Tarcísio – trompete
Paulo Eustáquio do Nascimento – trompete
Francisco Raposo Filho – ex-presidente (terceira fila)
José Tarcísio – regente
Ivo Olímpio – tuba
Luiz Fernando Tranqueira Malta – caixa clara
Valdir da Silva Lima – bombo
Dinho Assis – sax hor
José Sergio da Fonseca - bombardino
Dácio Silva – trombone
Nelson de Assis Filho – trombone
Raimundo Laerte Goulart – trombone
Jose´Amado – tuba
Darli de Assis – sax tenor
Edson dos Santos – percussão
José Luiz da Silva – caixa
Antônio Tarcísio da Silva – caixa clara
Antônio Marcelino Pinto - tuba



Figura 42: Lira Nossa Senhora das Dores na década de 70


Temos nesta foto tirada na Rua Dr. Silvio Tranqueira na década de 70, os músicos identificados com seus respectivos instrumentos; na primeira fila como segue: Francisco Raposo Filho-presidente, José Tarcício, regente,

Marcio José da Silva – clarinete
Joaci Neto – Clarinete
João Floriano – clarinete
Vivaldi Silva, - requinta (2 fila)
José Freustáquio – clarinete
Ovídio José Rodrigues – trompete
Otávio Custóio de Paula– clarinete
Darli de Assis – sax-tenor (3 fila)
Paulo Assis – trompete
Geraldo Tarcísio Pinto – trompete
Paulo Cesar de Assis – trompete
Gilson Magela Tarcísio – trompete
Paulo Eustáquio do Nascimento – trompete (4 fila)
Nelson de Assis Filho – trombone
José Sérgio – barítono
Raimundo Laerte Goulart – trombone
Geraldo Alberico da Silva – bombardino
Dácio Silva – trombone (5 fila)
Ivo Olímpio – tuba
Pedrinho – tuba
Antônio Marcelino Pinto – tuba
Luiz Fernando Tranqueira Malta – caixa clara
José Luiz da Silva – caixa
Didí do José Thiago – caixa clara
Valdir da Silva Lima - bombo

Registramos a seguir, em uma sequência de quatro fotos da Lira Nossa Senhora das Dores, apresentando uma retreta realizada em Dores de Campos na Av. Governador Valadares, no dia 20 de janeiro de 1973, onde listamos os nomes de todos os participantes da banda vislumbrados na primeira foto. Desse conjunto de fotos, exibimos de forma ilustrativa em tomadas aleatórias para destaque dos figurantes. Lembramos que nas fotos apresentadas, constam pessoas que não participam do corpo de músicos da Lira e que são somente admiradores e ouvintes da banda em sua retreta. O primeiro da direita em pé, destacamos o regente José Tarcísio, seguido por Francisco Raposo Filho ex-presidente, Joaquim Arcoverde da Silva, presidente, da direita para esquerda:


Figura 43: Foto da Lira Nossa Senhora das Dores

Apresentando em uma retreta na Av. Governador Valadares em Dores de Campos, em 20.01.1973 onde listamos abaixo os participantes integrantes da banda.
Vivaldi Silva – requinta
Jose´Freustáquio – clarinete
João Floriano – clarinete
Joaci Neto – clarinete
Gilmar Aparecida Tarcísio – sax alto
Cid Silva – sax alto
Paulo Eustáquio do Nascimento – trompete
Delci José de Assis – trompete
Antônio Mauro da Silva – trompete
Ovídio José Rodrigues – trompete
Antônio Benedito - trompete
Gilson Tarcísio - trompete
Raimundo Tenerói – trompete
João do Doca – trompete
Geraldo Alberico da Silva – bombardino
Darli de Assis – sax tenor
Sebastião Goulart do Nascimento – sax horn
Carlos Roberto Goulart – trombone
Raimundo Laerte Goulart – trombone
Nelson de Assis Filho – trombone
Dácio Silva – trombone
Jamir do Memeca – trombone
Antônio Marcelino Pinto – tuba
José Amado - tuba
Ivo Olímpio – tuba
Valdir da Silva Lima - bombo
Flávio Lindolfo Pinto – pratos
Edson dos Santos - percussão
José Maria Coimbra – percussão
Geraldo Silva – caixa
José Silva – bateria americana


Figura 44: Lira Nossa Senhora das Dores em retreta



De um 2º ângulo da retreta da Lira Nossa Senhora das Dores de 20.01.1973 tendo em destaque o bombardinista Geraldo Alberico da Silva e o saxofonista Darli de Assis. Carlos Roberto Goulart, trombone, Raimundo Laerte Goulart, trombone e Nelson de Assis Filho, trombone


Figura 45: Lira Nossa Senhora das Dores em retreta

De um 3º ângulo da retreta da Lira Nossa Senhora das Dores em 20.01.1973. Nesta foto destaca a bancada de trompetes, Paulo Eustáquio do Nascimento, Delci José de Assis, Antônio Mauro da Silva, Ovídio José Rodrigues, Antônio Benedito, Tenerói e João do Doca.



Figura 46: Lira Nossa Senhora das Dores em retreta


De um 4º ângulo da retreta da Lira Nossa Senhora das Dores de 20.01.1973. Na frente em destaque, Cid Silva – sax alto, Gilmar Aparecido – sax alto, Joaci Neto – clarinete e Marcos Evangelista da Silva- clarinete.



Figura 47: Foto da Lira Nossa Senhora das Dores em retreta


De um 5º ângulo da retreta da Lira Nossa Senhora das Dores de 20.01.1973. Na frente, meu pai, Sebastião Goulart do Nascimento – sax horn, na parte de traz Antônio Jamir Martins – trombone, Dácio Silva – trombone, Nelson de Assis Filho – trombone, Raimundo Laerte Goulart – trombone e Carlos Roberto Goulart – trombone, vemos também os dois tubistas, Ivo Olímpio e José Amado e por detrás desses Flávio Lindolfo Pinto - pratos.




Figura 48: Foto da Lira em desfile


Desfile do encontro de bandas no ano de 2000 na cidade de Dores de Campos tendo à frente o regente José Tarcísio.




Figura 49: Lira Nossa Senhora das Dores em tocata


Nesta foto acima, apresenta a Lira tocando na festa de Nossa Senhora das Dores em Dores de Campos, no dia 15 de setembro, do ano de 2002, tendo à frente o seu regente José Tarcísio. Nota-se a presença em grande parte de pessoas do sexo feminino, na maioria adolescentes. Temos a informar que a banda abrilhanta essa festa religiosa todos os anos o qual não possuímos as fotos de todas as épocas para demonstração.1


1 Nota-se a predominância de adolescentes de ambos os sexos no quadro de músicos da banda.




Figura 50: Lira Nossa Senhora das Dores em procissão


Nesta foto acima, temos a Lira tocando na procissão de Nossa Senhora da Piedade em Rio Claro RJ, em setembro de 2003


Figura 51: Lira Nossa Senhora das Dores em retreta


A foto mostra a Lira formada, tocando na retreta na cidade de Rio Claro RJ em setembro de 2003 com a regência do José Tarcísio.

Figura 52: Lira Nossa Senhora das Dores em procissão

Esta foto apresenta a Lira tocando na procissão de Nossa Senhora da Piedade em Rio Claro RJ, em setembro de 2003
Na Terra da Figueira Encantada: História de Dores de Campos o autor José Lopes Pereira se refere ao movimento musical da cidade, que atravessando gerações confirmou a dedicação e o zelo às bandas de música, destacando-se a Lira Nossa Senhora das Dores. Em seu livro, destaca o nome do tubista Antônio Roque de Melo, natural de Prados MG, filho do Sr. Joaquim Rodrigues de Melo e Maria José de Melo, nascido em 1848 e falecido em 1930. Músico renomado era classificado entre os beneméritos do Arraial, não somente por suas atividades musicais, mas também por ser prático em medicina. Estudioso exerceu como médico durante 40 anos aproximadamente. Por esses serviços quase não era remunerado, tanto que viveu na pobreza. Exercia também, as atividades de Juiz de Paz, prova da dedicação e amizade que o povo lhe dedicava. (PEREIRA 1958 p 52.)


Não podemos deixar de registrar a atuação de Paulo Eustáquio do Nascimento, Paulinho como era conhecido na esfera musical, aprendeu música na escola da Lira com o professor José Tarcísio, nasceu em Dores de Campos em 06 de novembro de 1944, filho de Randolfo da Silva Nascimento e Maria Brasilina do Nascimento era músico da Lira Nossa Senhora das Dores e da Orquestra de Danças Amantes do Ritmo. Tocava trompete, era regente da Banda Municipal de Barroso, tendo sido admitido no ano de 1979 onde trabalhou até os seus últimos dias de vida aos 17 de maio de 1996, data do seu falecimento. Arranjador e compositor, dentre suas obras citamos, marchas fúnebres, dobrados e o hino de Dores de Campos, em parceria com o poeta Paulo Terra autor do poema desse mesmo hino. A maioria dos arranjos tocados pela Orquestra de Danças Amantes do Ritmo foram feitos por ele Paulinho, assim como grande parte das músicas executadas pela Lira, com arranjos seus.
Paulo Terra, o criador dos versos do hino de Dores de Campos, nasceu em Luminárias MG, em 01 de março de 1932, filho de Pedro Antônio Terra e Rosina Silva Terra. Aos tres anos de idade, mudou-se para Carrancas, onde permaneceu naquela cidade até os sete anos, mudou-se para São João del-Rei onde estudou até os onze anos em internato no Colégio Salesiano e após os onze anos foi para o Colégio São João. Estudou no noviciato dos Salesianos e formando-se em filosofia de seminário. Trabalhou como professor de português em Niterói e em agosto de 1952 foi transferido para a cidade de Gôa na India Portuguêsa até abril de 1955. Mudou-se para Barroso onde trabalhou na Fábrica de Cimento Portland Barroso e reside até a data atual. Trabalhou também como professor de Latim e Português no Ginásio São José onde posteriormente passou a chamar-se Colégio São José da cidade de Barroso. É membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais desde o ano de 2001., e escreveu dois livros de poesia
Registramos também o nome do Sr. Boanerges Pereira que indiretamente contribuiu para o engrandecimento da Lira Nossa Senhora das Dores. Músico auto-didata, apesar de ser clarinetista, não participava diretamente como músico atuante da Lira, mas em sua residência ministrava aulas não só de música, mas também de outras matérias didáticas como, português, matemática e na música marcou o seu legado como professor de diversos músicos da Lira como também de outros cidadãos Dorense que se interessassem pela música. Natural de Prados, nascido no Bairro de Atalaia daquele município, aos 23 de setembro de 1897, mudou-se para o Arraial do Patusca contando com três anos de idade, filho de Antônio Alves Pereira e Laureana Tito Pereira, aos cinco anos de idade sabia ler e escrever tinha conhecimento musical e executava diversos instrumentos de música. Apanhou prática em farmácia homeopática com seu pai farmacêutico também prático que mantinha farmácia no município. Além de farmacêutico, exerceu a função de contador em empresas (celarias) fundadas no arraial que foram, Fábrica de Arreios e Pertences do Sr. Adalberto Lopes Pereira e Indústria de Arreios do Sr. Altivo Filgueiras Moncorvo. Auto-didata nessa profissão de contador, que a exerceu durante os longos anos de sua vida até a sua aposentadoria. Aos vinte anos de idade, casou-se com a Sra. Maria José de Assis Pereira e vieram a ter cinco filhos no percurso de sua vida conjugal que foram: Maria Lubélia Pereira, Giselda Bendedita Pereira, Terezinha de Assis Pereira, Expedito Marivaldo Pereira e Guido Magela Pereira.


Figura 55: A foto apresentada acima, deixa marcada uma fábrica de arreios em Dores de Campos


Fábrica essa, que pertencia ao Sr. Pedro Marques de Melo, que além de empresário na indústria de arreios, celas e miudezas pertencentes a arreatas, foi regente da Banda de música Lira Nossa Senhora das Dores, como também participava do corpo de músicos tocando bombardino.


10.0 – A HISTÓRIA CONTADA DA LIRA


Meu nome completo é Carlos Roberto Goulart, nascido em Dores de Campos, no dia 06 de setembro de 1946, filho de Sebastião Goulart do Nascimento e Giselda Benedita Goulart. Antes mesmo de ter iniciado na Universidade, acalentava o sonho de escrever a história da Banda de música Lira Nossa Senhora das Dores, mas me faltava oportunidade e bagagem para essa realização. Consegui fazer o vestibular em 2010 e no ano seguinte, fui admitido no quadro discente da Universidade Federal de São João Del Rei com matrícula nº 111750040 em Educação Musical. Então, durante o meu percurso dentro da Universidade e como o assunto e os estudos versavam em música, veio a oportunidade no meu Trabalho de Conclusão de Curso TCC, realizar esse sonho há tanto tempo almejado e que tenho imenso orgulho em apresentá-lo, assim como também, deixarei registrado para a posteridade, a conclusão de um trabalho sobre um assunto que passei praticamente quase toda a minha vida exercendo e dedicando, que é a música

Como esse trabalho está baseado em fatos relatados por entrevistas, e narrados pelo seu criador, estou a transcrever os dados fornecidos por todos os entrevistados que diretamente contribuíram e tiveram sua participação como membros participantes integrantes da Lira Nossa Senhora das Dores na atualidade.
O meu relacionamento com a Banda teve início quando ainda tinha cinco anos de idade, e o primeiro contato com instrumentos musicais de banda ocorreu tendo em vista meu pai Sebastião Goulart do Nascimento (Noquinha), como era conhecido e tratado na cidade era alfaiate e nas horas de folga, tocava sax-horn Eb, instrumento pertencente a Lira Nossa Senhora das Dores. Ficava guardado com muito zelo, dentro do guarda roupas no seu quarto. Como eu era muito traquina nessa idade, pegava o instrumento e ficava a soprá-lo na expectativa de tocar algumas das músicas que ouvia na Radio Nacional do Rio de Janeiro, assim como meu avô Boanerges Pereira, flautista e clarinetista, nosso vizinho executava diversas músicas em sua casa na flauta ou na clarineta, eu as escutava e fazia no sax-horn a execução das mesmas com o mesmo intuito de tocar as aludidas peças que ouvia. Sempre levava algumas broncas do meu pai por mexer no seu instrumento e eu sempre argumentava que minha condição de empunhá-lo também era muito cuidadosa para não o danificar. Com o passar do tempo naquela rotina e ao adquirir os dez anos de idade, já estudava no Grupo Escolar Randolfo Teixeira, tinha vontade, e a idéia floriu na mente, de entrar para a escolinha da banda de música onde meu tio o José Tarcísio1 lecionava, já que meu convívio musical era freqüente ao acompanhar meu pai nas tocatas da Lira e nas procissões em que a Banda participava, eu estava sempre presente. Como via alguns amigos de infância no aprendizado e participando do corpo de músicos, me entusiasmei dando início as aulas de música. Era um apaixonado pelo trombone de vara que tive a oportunidade de conhecer através de filmes assistidos no cinema do Memeca na década de 1950 e também no Cine São Luiz alguns anos depois, cine este pertencente aos Srs. Waldemar Wenceslau de Wasconcelos e seu irmão Belini Bueno Brandão. A banda só possuía trombones de válvula ou pisto o que eu não queria, então meu pai através do seu amigo e também músico clarinetista, o Cap. Gil Cassimiro da Silva, que ao ficar sabendo da minha intenção de tocar trombone de vara, através do meu pai, imediatamente se propôs a intermediar a compra do trombone, e que na ocasião foi feita pelo cap. Gil. Aquisição diretamente na fábrica de instrumentos musicais Armando Weingrill em São Paulo Rua Victor Hugo 358. No ano de 1956, foi comprado o instrumento musical pelo meu pai com muita dificuldade pela sua situação financeira bastante difícil e apertada, ele era alfaiate e a confecção de roupas naquela época era muito limitada, restringindo a pessoas de condições financeiras mais abastadas. Teve início aos meus estudos como trombonista mas,como não havia um professor específico nesse instrumento na cidade ou mesmo alguma pessoa que tivesse conhecimento e pudesse transmitir as instruções corretas relativas a sua escala e posições, o aprendizado foi feito com as orientações do meu professor o Tinôca que com toda a sua boa vontade me passou as instruções, porém de forma não adequada pela tonalidade do trombone que arma a sua escala em “C” e a escala e posições aprendidas foram erroneamente transpostas para Bb, cujos dados para o aprendizado, foram extraídos do método para trombone de Vara do Prof. João da Silva Edições de Músicas e Instrumentais Casa Manon S.A. Rua 24 de Maio, ano de 1957 de sua publicação cujo método impresso na clave de FA e o meu aprendizado na música foi na clave de SOL. Mesmo assim, com um pequeno espaço de tempo pude dominar a execução do instrumento e em seguida iniciei na Banda ou seja, na semana santa fui lançado como participante integrante já que temos em nossa corporação essa tradição do lançamento de músicos novatos nessa ocasião da semana santa. Algum tempo depois fui convidado pelo José Tarcísio (Tinôca) a participar da Orquestra de Danças Amantes do Ritmo recentemente criada pelo mesmo o qual eu e os outros dois amigos que entraram no aprendizado da música junto comigo, Antônio Mauro da Silva e Delci José de Assis. Tocávamos na orquestra em bailes na cidade e região. Podemos citar as cidades onde a Orquestra apresentava em bailes. Dores de Campos, no Dorense Clube, Clube dos Cincoenta, Cabana do Índio e Sete de Setembro Esporte Clube, São João del –Rei Circulo Militar, Clube dos Oficiais do Regimento Tiradentes e Associação dos Sub-Tenentes e Sargentos desse mesmo regimento, Divinópolis Clube dos Setenta, Barroso, na Cabana, Madre de Deus de Minas, São Vicente de Minas, Andrelândia e etc. Quando do início da minha carreira de músico, participavam nas aulas, na banda e orquestra Delci José de Assis e Antônio Mauro da Silva que também fizeram parte de ambas. Na vizinha cidade de Barroso a convite de dona Quininha, esposa do Sr. Geraldo Napoleão de Souza Prefeito daquele município nesta época por volta do ano de 1958, abrilhantávamos festas de escolas ou mesmo aniversários e demais festejos cívicos, eu Carlos Roberto com o trombone, o Delci José de Assis, trompete, Antônio Mauro da Silva, trompete e José Isnar da Silva percussão, isso por diversos anos. Também abrilhantávamos os bailes carnavalescos das crianças promovidos pelo Dorense Clube de Dores de Campos e os desfiles de carnaval infantis de rua daquele clube. Por força de circunstâncias, e ter conseguido passar no concurso do Banco da Lavoura de Minas Gerais S/A, com a minha admissão ao trabalho em outra cidade. Teófilo Otoni fui forçado a me afastar da Banda provisoriamente mas, sempre procurando me manter dentro da música e em contado freqüente com a Lira.Quando retornei para Dores de Campos em 1968 voltei às atividades como trombonista da Lira permanecendo até 1974, data em que fui transferido dentro do meu emprego para a cidade de São João del-Rei, mas mesmo assim, permanecendo fora da cidade de Dores de Campos, mantinha minhas atividades dentro da Banda. Em São João del-Rei, tive a oportunidade de ingressar na bicentenária Orquestra Ribeiro Bastos isso no ano de 1974 exercendo como bombardinista dessa Orquestra, tendo participação contínua no calendário das atividades da corporação até o ano de 2007 quando me afastei. Inclusive desde o meu início dentro da Orquestra, exerci por diversos mandatos a função de tesoureiro onde pude exercer o meu trabalho em prol da comunidade, participando inclusive na elaboração do seu estatuto que vigora até a presente data. A Ribeiro Bastos mantém uma atividade musical intensa no cumprimento dos compromissos com as irmandades da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, Irmandade Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, Irmandade do Santíssimo Sacramento para as cerimônias da Semana Santa e com a Irmandade dos Passos. No ano de 1995, a convite do regente José Antônio da Costa, fui incorporado na Banda Municipal Santa Cecília de São João del-Rei como trombonista, estando participando até a atualidade aos setenta anos de idade. Atuei também como Professor de instrumentos de sopro, trombone, trompete, trompa, bombardino e tuba no Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier de São João del-Rei, tendo sido admitido no quadro de Professores do Estado de Minas Gerais no ano de 1997. No início da minha carreira de professor do Conservatório, o seu diretor era o professor José Gonçalves Pimenta e com o seu apoio criei a Banda de Música do Conservatório Estadual de Música com o nome de Banda de Música Padre José Maria Xavier que atuou durante todo o período em que o diretor Pimenta permaneceu no cargo, entre os anos de 1997 até o ano 2000, o qual, dando total apoio à banda de alunos de instrumentos de sopro do Conservatório, além de alunos dos instrumentos que lecionava alunos dos professore dos outros instrumentos também eram participantes, e havia alunos tanto da cidade de São João Del Rei, como de cidades, como Madre de Deus de Minas, Lavras, Oliveira, Bom Sucesso Lagoa Dourada, Conselheiro Lafaiete, Barroso, Piedade do Rio Grande, Itutinga e etc. Além dos ensaios semanais, foi realizada somente uma retreta com a banda na Rua Pe.José Maria Xavier, em frente ao Conservatório na semana do patrono Pe. José Maria Xavier. Com o falecimento do diretor José Gonçalves Pimenta essa banda cessou suas atividades. Vim a aposentar no ano de 2015 pelo Conservatório Estadual de Música. Também fui convidado por alguns dos moradores do distrito de São Miguel do Cajurú a organizar a banda de música daquele distrito em 2004, quando aquela corporação possuía sete elementos músicos e funcionava precariamente. Iniciei os ensaios com os músicos que possuíamos que eram, dois clarinetistas, um trompetista, dois trombonistas, um tubista e um bombo. Quando de imediato comecei a ministrar aulas de música2, em princípio dentro de um pequeno quarto na igreja daquela localidade onde a banda se reunia para os ensaios, local inadequado pelo seu porte e localização. O Padre José Roberto pároco na comunidade liberou a casa paroquial onde passava as noites e usava o banheiro assim como passei a usar aquela dependência para ministrar as aulas. Pouco tempo depois conseguimos a título de empréstimo uma casa das irmãs que são denominadas de “Damas Salesianas”, onde passei a pernoitar já que o imóvel possuía diversos quartos e banheiro. Viajava em princípio de moto, nas sextas feiras quando terminava as aulas do Conservatório. Somente algum tempo depois, consegui adquirir um fusca que minimizava as viagens. Fazia os ensaios sempre aos sábados às 19 horas com duas horas de ensaio e retornava à minha residência em São João Del Rei, isso quando não apareciam tocatas ou procissões nos domingos, sendo que nessa segunda opção, permanecia no local até o cumprimento do trabalho. A alimentação era feita na casa de alguns dos músicos da banda assim como na residência do Sr. Bernardino dos Passos, carinhosamente conhecido como Lagarto, líder da comunidade do Cajurú e um grande incentivador pelo engrandecimento da banda e do distrito, e me dedicava muita atenção, incentivo e respeito. Iniciei com muitos alunos, na maioria meninos, meninas e adolescentes daquela comunidade, e adultos também, e com tempo aproximado de seis meses de um árduo trabalho tinha a banda formada com vinte e cinco participantes e com mais um pouco de tempo chegamos a formar com trinta e dois alunos músicos, incluindo os sete músicos antigos. Com pouco mais de um ano, conseguimos um terreno do lado da casa paroquial, pertencente à mesma, e foi doado à corporação musical aonde viemos a construir a sua sede. Foi feita com dimensões amplas, condizentes a abrigar uma entidade confortavelmente, inclusive com cômodos para arquivo e guarda de instrumentos, banheiro com chuveiro e até um quarto foi improvisado para o pernoite desse professor. Dentre o meu convívio nas cidades da região, conseguia convites entre elas citamos: São João Del Rei, Dores de Campos, Barroso, para participação da banda em encontros de bandas nessas cidades, assim como tocatas em procissões nos distritos vizinhos do Morro Grande, Goiabeira, Canela e etc. No Cajurú, fazíamos retretas do lado da igreja aos domingos depois das missas e a admiração dos moradores do distrito era sem medidas, agradava a toda a população. Nas festas locais e procissões não mais havia necessidades da interferência das bandas de São João Del Rei para o abrilhantamento pois a Sociedade Musical de São Miguel do Cajurú supria essa carência e passou a atuar em todos os festejos, de caráter religioso, ou cívico tanto no Distrito de origem como também nos distritos vizinhos.

1 Pode ser observado na minha afinidade com a música que partiu tanto da influência dos familiares da minha mãe que eram músicos, assim como da parte do meu pai que também eram. Temos como exemplo José Tarcísio que iniciou cedo sua carreira musical, repassando seu conhecimento aos irmãos e demais pessoas que a ele recorriam para essa finalidade de aprendizado.
2 O método adotado eram os mesmos do meu aprendizado, usados pelo Tinoca. O Solfejos de Alexis de Garaudé, empregado nas aulas dos iniciantes.


10.1 – A COMPETÊNCIA MUSICAL

Dentre os entrevistados, destaca-se o Sr. José Tarcísio, conhecido como Tinôca, que atua como regente e professor da Banda, exercendo suas funções com competência e segurança. Presume-se que o mesmo seja o regente com a maior quantidade de anos nessa atividade, na região. Dentre os irmãos, foi o que mais se destacou na música, além de ter tocado diversos instrumentos antes de assumir como regente da Banda. Foi o idealizador e fundador da Orquestra de Danças Amantes do Ritmo, criada no ano de 1960. Ele conta que iniciou na música aos nove anos de idade tendo sido seu professor, o Sr. Boanerges Pereira, que mantinha uma escolinha de música em sua residência para a manutenção dos músicos da Lira. O Sr. Boanerges também foi professor de outros músicos importantes para a vida musical de Dores de Campos, como Sebastião Goulart do Nascimento, Expedito Marivaldo Pereira, e Guido Magela Pereira, todos da mesma família1. Perguntado sobre a banda, esclareceu que o Sr. José da Silva, conhecido como Juquinha do Cristiano, era o regente da Banda nessa época, mas como seu estado de saúde não mais permitia a sua continuidade como regente, passou o cargo ao Tinôca que assumiu a regência e a escolinha de música com apenas dezesseis anos de idade, permanecendo até a atualidade, aos 83 anos. No início de suas funções, havia entusiasmo entre os alunos com o aprendizado da música chegando a ter vinte ou mais alunos. José Tarcísio destaca que na atualidade o desinteresse é muito grande e atribui esse fato ao desenvolvimento da tecnologia, e com o surgimento da televisão houve a dispersão pelo interesse ao aprendizado musical. Na Semana Santa de 2017, conseguiu lançar quatro músicos novatos, mas entre eles não havia o menor interesse na continuidade como participante da Banda. (PEREIRA, 2017).
A verba consumida para a manutenção da Banda é ainda hoje arrecadada pelas pequenas contribuições da Igreja nas tocatas de procissões, Semana Santa e na festa de Nossa Senhora das Dores, cujas doações, em torno de quatro salários mínimos anuais mantém os gastos com energia elétrica, compra de palhetas, reforma de instrumentos, manutenção da sede e outras despesas. Existe também o quadro de sócios contribuintes que colaboram com a quantia irrisória de dez reais por ano, que somado aos outros valores ajuda nesses gastos normais que a Banda necessita realizar. Tinôca comenta que o funcionamento da corporação vem se mantendo aos “trancos e barrancos”, sempre contando com boa vontade dos esteios da mesma, os músicos antigos, que com seu entusiasmo e boa vontade colocam a performance da Banda acima das expectativas. Sua dedicação à Lira, é exclusivamente por amor a corporação, inexistindo qualquer propósito de interesse financeiro. Perguntado, disse que existem pessoas capacitadas para a regência da Banda, mas não querem assumir esse compromisso e a responsabilidade do cargo. 

1 Boanerges Pereira, foi meu avô, sendo que Sebastião Goulart do Nascimento foi meu pai, Expedito Marivaldo Pereira meu tio e Guido Magela Pereira também meu tio, e irmão do Expedito Marivaldo Pereira, filhos de Boanerges Pereira. Pode-se observar a importância da música na família.

10.2 – INFLUÊNCIAS MUSICAIS

Nesta entrevista que se segue realizada em 18 de janeiro de 2017, o Sr. Raimundo Laerte Goulart depois de perguntado, em sua narrativa esclarece que nasceu em Dores de Campos e mais ou menos com treze ou quinze anos de idade, não se lembra exatamente a data aprendeu música, teve diversos professores e citou, o professor e violinista Sr. Tibarro, Sr. Gil Cassimiro da Silva, Geraldo Alberico da Silva (Caim) e finalizou com seu irmão José Tarcísio e hoje conta com setenta e sete anos de idade. Afirma que não tem conhecimento se os professores com o qual aprendeu música, eram remunerados e quando ele começou na música, o seu irmão José Tarcísio ainda não era professor e acredita que por ter passado por esses quatro professores, houve uma influência no seu conhecimento e aprendizado musical, pela forma de ensino de cada um. O violinista Tibarro não participava da Banda, o Sr. Gil Cassimiro da Silva era Clarinetista e era participante do quadro da banda, Geraldo Alberico da Silva (Caim), era trombonista, bombardinista e contrabaixista, também músico da Lira e o José Tarcísio trompetista que além de músico da Banda já exercia a função de professor de música e atendia a regência como substituto do regente da época Sr. José da Silva. Laerte afirma que tão somente era um músico da Banda por não ter sido passado para ele o cargo da regência. O funcionamento da escolinha com que aprendeu com esses professores, não sabia se era mantido convênio com a Prefeitura e que as aulas do prof. Gil Cassimiro da Silva eram ministradas em sua residência. O prof. Tibarro tinha uma sala específica mas não se lembra mais onde se localizava. Afirma ser músico exclusivo da Lira, toca trombone na Banda mas sabe tocar outros instrumentos, inclusive saxofone, achando muito complicado a execução desse último. Veio a tocar saxofone tenor na Orquestra de Danças Amantes do Ritmo e na orquestra sacra da Lira toca bombardino. Quando iniciou na Banda, chegou a tocar com músicos mais antigos, Valto Marques, Sr. José Maria Punilha, Mário Martins, Gil Cassimiro da Silva, Geraldo Alberico da Silva, Sr. Flávio Lindolfo Pinto, José Gomes, Geraldo Silva, Sebastião Goulart do Nascimento, e o regente quando começou na banda era o José da Silva tinha o Flávio Lindolfo Pinto, o Ivo Olímpio, Paulo Eustáquio do Nascimento, Antônio Helvécio do Nascimento. As tocatas eram diversas mas era festa para os músicos quando a Banda tocava em cidades fora de Dores de Campos, eram encontros de bandas nas cidades vizinhas, Barbacena, Carandaí Conselheiro Lafaiete, São João del-Rei. Afirma que tocava na Semana Santa. Nos carnavais que eram tocatas fora da Banda. A Lira tem a orquestra sacra e os músicos faziam parte da Banda. Conto com setenta e sete anos e o José Tarcísio está regendo a Lira durante todo esse tempo. (Afirma o declarante). Atuo como segundo regente e a algum tempo atrás ajudava o Tinôca nas aulas da escolinha da Banda. Atualmente músico de banda é acontecimento raro, naquele tempo eram lançados todo ano na semana santa músicos estreantes mais ou menos dois ou três e até mais e na atualidade isso não acontece mais, pelo desinteresse do pessoal. Uma coisa importante que vem acontecendo é a participação feminina na Banda de forma geral, coisa que não ocorria antigamente, as mulheres só cantavam e tocavam violino e não executavam instrumentos de sopro. As dificuldades são as mesmas que a gente tinha para aprender, hoje é a mesma coisa mas o músico vem por vocação e cito como exemplo três filhos que me seguiram na música e participam como músicos de banda. Afirma que quando regente substituto, o Tinôca passou por situações de emergência, preparando peças e ensaiando músicas novas do repertório. A responsabilidade do regente é acima de toda a banda e o que existe de bom na música é a gente gostar da Banda já que nossa freqüência é espontânea e nunca fomos obrigados pelos pais a participar, sendo nossa freqüência, por livre e espontânea vontade, e durante o período em que já participou como regente não houve qualquer acontecimento de desrespeito à sua pessoa por parte de qualquer músico.

10.3 – O MILITAR MÚSICO


. Na sua entrevista realizada em 05 de fevereiro de 2017, Delci José de Assis perguntado o seu local de nascimento, confirmou ter nascido em Dores de Campos, tendo começado sua carreira como músico mais ou menos em 1960 por influência do seu cunhado o José Tarcísio, casado com sua irmã a Deli de Assis Tarcísio. Confirma que também sofreu influência positiva, de Paulo Eustáquio do Nascimento e Antônio Helvécio do Nascimento que tocavam na Banda. Sua trajetória de aprendizado durou aproximadamente oito meses para o solfejo e seis meses para o instrumento, morava perto da sede da Banda, ouvia os ensaios e surgiu a vontade do aprendizado. Sempre foi trompetista tocando na Lira enquanto morou em Dores de Campos e participou também da Orquestra de Danças Amantes do Ritmo, fundada pelo seu cunhado o José Tarcísio. Quando foi servir o Exército Brasileiro em São João rel-Rei, tocava na Banda do Quartel, tocou na Orquestra Sinfônica de São João Del-Rei e na Orquestra Lira Sanjoanense. A Banda do Quartel participava em procissões e retretas, tendo ficado na ativa em São João por um período de dezenove anos, seguindo carreira como cabo a primeira promoção, depois outras promoções sucessivas, terceiro sargento, segundo sargento e primeiro sargento e fui até sub-tenente, sendo transferido para a cidade de São Vicente na baixada Paulista e permaneci durante sete anos como sub-tenente onde me transferiram para Três Corações com promoção a Tenente e nomeado regente da Banda daquela unidade onde permaneci até a minha baixa como aposentado. Na regência só atuei no Exército Brasileiro, na Lira nunca tive interesse em reger nem mesmo ajudar na escolinha pois sempre o meu cunhado José Tarcísio foi regente e professor e também nunca foi solicitado para atuar nesse sentido mas se houvesse necessidade ajudaria. Alega não ter instrução mais profunda na música, mas no Exército participava de cursos internos ligados tanto na música como na parte intelectual. Nas forças Armadas, é muita responsabilidade a regência por ter que estar sempre prestando contas ao comando, por todos os atos e atividades da Banda e atender nas decisões tomadas pelo comando em todas as atividades militares no que diz respeito ao Exército Brasileiro. Diz que nunca teve problemas de disciplina quando esteve na frente da Banda do Exército, somente casos de erro dos participantes músicos, o companheirismo e a convivência ponto das coisas boas na vida militar, pois nada havia a prejudicar o convívio entre eles. Na vida civil, o que tinha de ruim eram os bailes todos os finais de semana que a gente tocava a noite inteira com a Orquestra de Danças Amantes do Ritmo, o resto vai-se levando mas era muito bom esse convívio. Na lira, afirma que participava de encontros de bandas em Dores de Campos, Conselheiro Lafaiete, Barbacena, São João rel-Rei e no sul de Minas também participávamos. Quando da minha baixa do Quartel, voltei a morar em Dores de Campos e em consequência o meu retorno para a Lira. Existe a orquestra da Banda, formada por músicos da própria Lira que na Semana Santa tanto a Banda quanto a orquestra, fazem parte dos festejos tocando. O José Tarcísio foi o meu professor, mas o aprendizado mais profundo foi no Exército Brasileiro. Lembro-me dos músicos mais antigos da Lira, cheguei a tocar com diversos deles, o Nelson José de Assis, Paulo Eustáquio do Nascimento, Antônio Helvécio do Nascimento, José (jacaré), Jorge Goulart, Sebastião Goulart do Nascimento seu pai, Antônio Edson de Assis, João Floriano, Valto Marques, Geraldo Alberico da Silva, e a regência nessa época era do José da Silva, o Antônio Mauro da Silva filho do regente José da Silva também tocava trompete com a gente, algum tempo depois é que foi passada para o José Tarcísio a regência da banda. Dona Quininha esposa do Sr. Geraldo Napoleão levava a gente para tocar em Barroso nas festas cívicas de lá, éramos, eu, você Carlos, Mauro do Juquinha e o Tiodu. Toquei muito em carnaval, tocava em Rio Claro e até em Santos quando ainda era militar. Afirma que nossa permanência na Lira é muito antiga e estamos agarrados na música até hoje.
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10.4 – O PROFESSOR POETA


Esta entrevista ocorreu em uma situação toda especial, no dia 05 de fevereiro de 2017, primeiro porque o entrevistado, Sr. Expedito Marivaldo Pereira, irmão de minha mãe Giselda Benedita Goulart, conta hoje com oitenta e três anos de idade portador do mal de Parkinson o que o mantém em situação incômoda em termos de locomoção, de falar e também o perturba sobremaneira em seus movimentos corporais, todavia, nesse domingo do dia cinco de fevereiro de dois mil e dezessete, em seu sitio em Correia de Almeida, Distrito de Barbacena, logo após o almoço em família, tivemos a grata satisfação de em princípio, o ouvirmos em gravação, cantando músicas de sua época de juventude, por ele acompanhadas ao som do seu violão, músicas essas, gravadas no ano de dois mil e dois. Ao vivo, foi feita a declamação de uma poesia intitulada Um Ninho...Uma Ilusão, de sua própria autoria, dedicada especialmente para o seu pai Boanerges Pereira, tudo isso estando presente eu Carlos Roberto Goulart, escrevente desse depoimento, juntamente com minha namorada Sandra, os filhos do entrevistado, não todos eles mas, estavam presentes, Clenice, Raquel, Jaqueline e o Márcio, onde tivemos o prazer de desfrutar daquele convívio familiar e nessa troca de conversas, iniciamos com algumas perguntas que foram respondidas pelo Sr. Expedito com certa dificuldade tanto nas lembranças do passado quando sua memória às vezes falhava e mesmo também na expressão de sua voz que era um pouco fraca e embaralhava as palavras que eram imediatamente traduzidas pelas suas filhas Clenice e Raquel. Narrou que seu primeiro professor foi o seu pai Boanerges Pereira que era músico da Lira Nossa Senhora das Dores e tocava clarineta e essa clarineta me foi passada com meu pai ainda em vida quando eu tinha vinte e cinco anos onde iniciei as aulas e comecei a tocar. Tendo sido nessa época também músico da Lira. Mas quando menino fui para o Colégio Salesiano (Colégio Santo Antônio) em São João del-Rei. Foi lembrado de um baile de carnaval em que participou tocando bombardino e fez tanta força para acompanhar o pique do som dos demais participantes que tocavam trombone e trompete, que chegou a dilatar as veias do pescoço e não mais pode tocar o referido instrumento por essa questão. Lembrou que esse baile carnavalesco aconteceu nos cômodos debaixo da casa do Vicente da Viroca na Rua Nova, atualmente Rua Dr. Silvio Tranqueira e o Clube que promovia o baile de carnaval era o Sete de Setembro Esporte Clube. A entrevista se desenrolou por mais algum tempo onde tive a oportunidade de narrar dentro do conhecimento que adquiri pela vivência de participar juntamente com o entrevistado em nossa juventude, o esclarecimento de algumas passagens vividas naquela época, todas elas bem lembradas e confirmadas pelo Sr. Expedito. Abaixo os versos da poesia.
UM NINHO... UMA ILUSÃO – Expedito Marivaldo PEREIRA
Suspenso e gracioso
Nos ramos um ninho,
Balança sereno entre a terra e o céu
Dentro e prumes pedindo
A sombra da noite o bosque rolou
O frio com a fome acabaram, por fim
O sono torpor aumentou e assim sonharam
Com a mãe que saiu e não voltou
Também passo as noites sonhando um dia,
Revendo a ilusão que outrora perdi
E ter a esperança de ver em mim.
Mas a ave morreu, e o ninho não quis
Morreram também os filhotes, coitados
Tal qual em minh’alma os castelos que fiz!!!

10.5 – O MÚSICO DENTISTA


Iniciamos a entrevista com o Dr. Antônio Mauro da Silva em 05 fevereiro de 2017 , onde confirmou o seu nome, Antônio Mauro da Silva, nascido em Dores de Campos. Perguntado sobre quando iniciou na música, respondeu que foi no ano de um mil novecentos e sessenta, mais ou menos com doze anos de idade, tendo sido seu professor, o Sr. José Tarcísio (Tinôca) e o seu aprendizado foi na escolinha da Banda Lira Nossa Senhora das Dores e seu primeiro instrumento o trompete e o toca até a presente data. Toca também teclado e contra baixo acústico esses dois com aprendizado sem professor, foi por conta própria (autodidata) e demonstra a sua afinidade com a música, herança de família, seu pai José da Silva (Juquinha do Cristiano), era músico da Lira, inclusive foi ele quem trabalhou para a construção da sede da Banda. Lembra que a Lira ensaiava antes da construção da sede, debaixo da casa do Sr. Paschoale Guida onde na ocasião funcionava o antigo Hotel da dona Zezé do Sr. Punilha e ensaiava também onde hoje é a residência do Sr. Horácio Teixeira Malta, atualmente no mesmo prédio da sua residência, isso quando ainda éramos crianças e a lembrança é muito vaga pelos tempos que já se passaram. Quando a Banda saia para tocar no Circo, meu pai me entregava a tubinha que tocava que tinha o nome de cafeteira, eu a carregava nos ombros para entrar de graça no circo, muito criança ainda, na década de um mil novecentos e cinquenta, me lembro também que acompanhava meu pai até um local chamado Coroado buscar madeira para a construção da sede da Banda. O professor José Tarcísio, Tinoca como era chamado, era participante da Lira como músico pois nessa época meu pai ainda era o regente e a transição da regência para o Tinôca ocorreu pelo estado de saúde precário em que se encontrava o meu pai, sem condições de dar continuidade no cargo. O Tinôca com a turma dele fundou uma orquestra de danças chamada Amantes do Ritmo e participei também dessa orquestra juntamente com você, o Delci e outros mais do nosso tempo. Afirma que seu início na música foi por vontade própria, minha mãe Maria Dalila da Silva cantava na Orquestra Sacra, minha irmã Maria Dalila também tocava violino e meu irmão Vivaldi Silva era músico da Lira tocando em princípio trompete depois passou para requinta Eb. No ano de um mil novecentos e sessenta e cinco, fui estudar em Barbacena tendo que me afastar da Lira e da música temporariamente e em um mil novecentos e sessenta e sete fui para Juiz de Fora para dar continuidade aos estudos e ingressar no Curso de Odontologia e quando voltei depois da conclusão do curso no ano de um mil novecentos e setenta e dois reiniciei minhas atividades de trompetista da Banda, até que após algum tempo não deu mais para continuar na Lira e tive que me afastar. Me lembro que tocamos em diversos encontros de Bandas, inclusive em São João del-Rei onde tem uma foto que você mesmo me passou onde aparecem diversos músicos e o meu pai recebendo o troféu de participação nesse encontro. Tocavamos no carnaval de salão e nos desfiles de rua do Dorense Clube, inclusive me lembro de uma passagem em que a gente estava tocando em carnaval no pátio do antigo Grupo Escolar Randolfo Teixeira e a barraca veio abaixo em virtude da chuva de vento muito forte que aconteceu naquela noite dando fim ao baile carnavalesco daquela noite. Tivemos participação no nosso tempo de meninos, tocando em Barroso nas festas cívicas daquela cidade, na maioria festas de escola, tocamos também no carnaval das crianças no Dorense Clube, e nos bailes noturnos não havia restrição quanto a menores estarem participando de bailes dos adultos noturnos tocando.

10.6 – O MÚSICO INTELECTUAL

Quando iniciamos a entrevista do Sr. Geraldo José da Silva, também conhecido como Bilé, em 05 de fevereiro de 2017, perguntado seu nome confirmou Geraldo José da Silva, nascido em Dores de Campos em um mil novecentos e quarenta e seis, iniciou na música em um mil novecentos e cincoenta e oito, aos onze anos de idade. Afirma, você e eu temos o mesmo tempo de música, e o professor que me ensinou música foi minha tia Sra. Maria Áurea da Silva, neta do fundador da Lira Sr. Agostinho Silva, irmã do meu pai o Geraldo Alberico da Silva, apelidado de Caim, minha tia a Maria, lecionava em sua própria residência, um legado deixado por sua mãe a professora Angelina Silva, era uma escolinha em benefício da cidade e aos dorenses tanto que as aulas eram dadas sem qualquer tipo de remuneração, gratuitas, e quando comecei na Banda, não foi na Lira, tinha a Sociedade Musical São Sebastião que tinha sido criada recentemente por dissidência entre os participantes. Fundaram uma nova Banda com o nome de Sociedade Musical São Sebastião  em 1942, pelos senhores, Antônio Sena; seu cunhado, o Sr. Antônio Alberico da Silva; sua irmã Angelina Silva e outros, e até hoje continuam levando cultura para os cidadãos dorenses. Os responsáveis pela Sociedade Musical São Sebastião, exercem um papel muito importante: dão aulas gratuitas a quem se dispor a aprender música, mas para o aprendizado, existem regras, pois embora o ensino seja gratuito, tem que haver compromisso. A frequência é muito importante para aprender o solfejo e aperfeiçoar sempre, principalmente na fase de usar algum instrumento musical. Os instrumentos são disponibilizados pelas organizações musicais e emprestados àqueles que não tem condições financeiras de adquirí-los. Deste modo, os maestros fazem um importante papel e apresentam de forma criativa e muito incentivo aos músicos nos eventos da cidade. A participação em Festivais de Bandas, são momentos de orgulho dos componentes das Bandas e para a população, pois tem-se a oportunidade de mostrar todo o árduo trabalho de aprimoramento. A formação de qualquer evento social passa por duros momentos financeiros. Como as aulas são gratuitas, exigindo-se apenas o compromisso e disposição do aprendiz, tais sociedades ficam dependentes da ajuda financeira de outros órgãos e também de doações de pessoas comuns. Assim, as Bandas de Músicas e Orquestras, enfrentam inúmeros obstáculos e dificuldades, mas os enfrenta com perseverança, mantendo um papel importante na cultura de Dores de Campos. Através delas, é permitido aos jovens uma oportunidade cultural e um meio para seguir o caminho da música. Por isso é muito importante que se consiga superar as dificuldades, até mesmo para não deixar faltar componentes ao trabalho musical.
. A Lira teve vários professores, os regentes eram encarregados de dar aulas, tinha o José da Silva (Juquinha como era conhecido), o Birró, e o Pedro Marques. O Tinôca está ha muito tempo na regência da Banda e como professor, substituiu o José da Silva. Minha vida como músico foi marcada por diversas fases, com onze anos até aos dezoito anos houve a primeira interrupção reiniciei em 1982 e segui até 1989, parei novamente e em 2010 tive meu retorno na Lira. Toco trompete e hoje aos setenta anos continuo tocando o mesmo instrumento com a vontade e gosto que sempre tive por esse instrumento. Participo também da Orquestra Sacra da Lira. Tenho orgulho em registrar que sou o último bisneto do fundador da Lira Sr. Agostinho Silva. Queria deixar marcado que Dores de Campos tinha grandes compositores inclusive de marchas fúnebres que passo a registrar os nomes das marchas: Teófilo Teixeira, Antônio Silva Sena, Antônio Francisco e Martiniano. Temos peças criadas pelo músico Antônio Sena em nosso repertório, mas nossos arquivos eram fornecidos por casas de músicas de São Paulo e do Rio de Janeiro. O primeiro nome da Banda (Lira) era Corporação Musical Nossa Senhora das Dores e algum tempo depois é que foi batizada por Lira Nossa Senhora das Dores. 

5 Esse detalhe do nome de Corporação Musical Nossa Senhora das Dores e conseqüente modificação para Lira Nossa Senhora das Dores consta no início o trabalho sobre a Lira.



11 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ASSIS, Delci José de. Entrevista concedida a Carlos Roberto Goulart. Arquivo eletrônico 2017
GOULART, Raimundo Laerte. Entrevista concedida a Carlos Roberto Goulart. Arquivo eletrônico 2017
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA– Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE – 1º de julho de 2008

MARQUES, Hernesto – História contada de Dores de Campos, - Documentário através de fotos documentos, recortes de jornais – Dores de Campos – MG
MELO, Ilacir Rodrigues de – História contada de Dores de Campos – Documentário através de fotos, documentos, recortes de jornais Dores de Campos – MG. Estudioso da História de Dores de Campos
PEREIRA, Expedito Marivaldo. Entrevista concedida a Carlos Roberto Goulart. Arquivo eletrônico, 2017

PEREIRA, José Lopes,. Na terra da figueira encantada História de Dores de Campos 3ª
Edição 1979 cap. Pag. 25, 35, 37, 41, 42. Pub. Pela Esdeva Empresa Gráfica Ltda – Juiz de Fora.

PRAXEDES, José Vicente. A Saga dos Tropeiros da Terra da Figueira Encantada 1ª Edição., Cap. Pag. 31, 41 a 118. Pub. Impressão Gráfica Ltda Rua Jsé Farias 98 Vitória ES.
SANTOS, Fabrício. O que é a Micro História – Fundação da Micro- História – históriadomundo.uol.com.BR – Disponível em: http://historiadomundo.uol.com.br/ e http://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/o-que-e-micro-historia.htm acesso em 15 de Janeiro de 2017
SILVA, Antônio Mauro da. Entrevista concedida a Carlos Roberto Goulart. Arquivo eletrônico 2017
SILVA, Geraldo José da. Entrevista concedida a Carlos Roberto Goulart. Arquivo eletrônico 2017
SILVA, Helbert José Aliani. Tropeirismo Dorense, Resgate de uma memória. Trabalho de munografia do Curso de História da UFSJ, ano 2014.

TARCÍSIO, José. Entrevista concedida a Carlos Roberto Goulart. Arquivo eletrônico 2017

VALE, Dário Cardoso. Memória da História de Prados, 2ª Ed. Revisada, corrigida e aumentada / Dário Cardoso Vale – Belo Horizonte MG Armazém da Idéia, 2000 600 p. Il.
Wordpress, surgimento do Arraial do Patusca. HTTPS://historiadoresdecampos.wordpress.com 2009/10/01 – Do Vilarejo-do-patusca – e_dores_de_campos///.



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Os condenados da Terra - Frantz Fanon

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